Em julho, 53% das transações de entrada e saída da China usaram a moeda chinesa, de acordo com dados da Administração Estatal de Câmbio, citados pela mídia, indicando um aumento em relação aos cerca de 40% do mesmo mês em 2021.
Os dados seguros mostram transferências internacionais feitas por bancos em nome de clientes não bancários e representam principalmente liquidações comerciais, embora também capturem fluxos de investimentos e pagamentos de dívidas.
O crescimento do comércio liquidado em yuan também foi ajudado pelas linhas de swap cambial que Pequim abriu ou renovou ao longo de 2023 com a Argentina, Arábia Saudita e Mongólia — todos produtores de commodities com produtos que a China deseja.
O uso da moeda chinesa também recebeu impulso depois que as sanções dos Estados Unidos limitaram a capacidade da Rússia de fazer transações em dólares. Em fevereiro deste ano, a governadora do Banco Central da Rússia, Elvira Nabiullina, disse que o uso do yuan para liquidações, transações financeiras e depósitos havia “aumentado”.
“A situação das sanções criou um enorme estímulo para a China desenvolver seu sistema [financeiro] e desenvolver soluções para vincular o sistema chinês ao russo”, disse Aleksandra Prokopenko, pesquisadora do Instituto Carnegie em Berlim.
Desde 2022, novos bancos de compensação para o yuan também foram estabelecidos em Laos, Cazaquistão, Paquistão, Brasil e Sérvia, de acordo com o Banco Popular da China.
De acordo com alguns analistas, uma razão pela qual a China manteve sua taxa de câmbio com o dólar americano estável este ano, apesar da pressão de venda sobre o yuan, é encorajar os parceiros comerciais a transacionar mais na moeda chinesa. O presidente da China, Xi Jinping, repetidamente pediu uma moeda forte nos últimos anos.
“Você não pode ir para a Indonésia, Tailândia, Coreia do Sul e dizer, ‘Ei, vamos negociar em yuan em vez de dólar’ se você tem uma moeda fraca. Para que isso aconteça, você precisa ter uma moeda estável”, disse Louis-Vincent Gave, da Gavekal, uma empresa de serviços financeiros, citada pela mídia.
Globalmente, o yuan ainda está em um distante segundo lugar para o dólar em financiamento comercial.
No entanto, sistemas de pagamento alternativos, como o CIPS da China e outras redes privadas, fazem com que confiar no sistema SWIFT – usado especialmente por países do Ocidente – para fornecer uma imagem completa das transações monetárias globais seja menos confiável, analisou Lucy Ingham, editora-chefe da FXC Intelligence, uma consultoria que monitora pagamentos digitais.
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Fonte: sputniknewsbrasil