“Os ataques recentes não atingiram diretamente os reatores nucleares, mas o espectro do desastre de Chernobyl ainda paira sobre nós“, alertou Pereira.
O conflito atual entre Rússia e Ucrânia, duas ex-repúblicas soviéticas, segundo o especialista, representa uma tensão delicada entre o Oriente e o Ocidente. “Estamos ante a possibilidade real de uma Terceira Guerra Mundial, agora envolvendo potências nucleares”, sublinhou Pereira.
Segurança e governança nuclear em jogo
“A Agência Internacional de Energia Atômica [AIEA] está tentando monitorar a situação, mas a luta pelo controle da usina representa um desafio significativo“, explicou Pereira. A tentativa de retomada da usina por parte dos ucranianos, aponta o analista, aumenta ainda mais as tensões.
“Um ataque a uma usina nuclear não só representa um desafio imenso em termos de contenção e mitigação de danos ambientais e humanitários, mas também tem o potencial de redefinir relações geopolíticas e realinhar alianças internacionais“, explicitou o diretor da ABDAN.
“Com possíveis ramificações extensas, não apenas para a região imediata, mas também para os países da União Europeia e, de forma mais ampla, para a comunidade internacional. As consequências de tais ações e suas implicações geopolíticas são complexas e multifacetadas“, cravou.
Risco de vazamento nuclear
“Conter um vazamento em uma usina nuclear é uma operação extremamente complexa e desafiadora, que depende de vários fatores: a natureza do acidente, que inclui o tipo de dano ao reator ou a outras partes críticas da instalação, bem como a quantidade e o tipo de material radioativo liberado e a infraestrutura existente. A capacidade de uma usina de conter um vazamento depende de seu design, dos sistemas de segurança existentes e de quão bem esses sistemas podem lidar com o tipo específico de acidente“, detalhou.
Consequências geopolíticas de ataques contra usina nuclear
“Um ataque desse tipo pode significativamente elevar as tensões entre os países envolvidos e seus aliados, podendo levar a uma escalada militar. […] As nações podem ser levadas a reavaliar suas alianças e estratégias de segurança, além de provocar debates intensos sobre a segurança nuclear. […] Por outro lado, a necessidade de lidar com as consequências de tal evento pode fomentar uma cooperação internacional sem precedentes, tanto em termos de ajuda humanitária quanto no fortalecimento dos protocolos de segurança nuclear“, frisou à Sputnik.
Riscos de uma Terceira Guerra Mundial
AEIA se pronunciou
“Esta é uma violação clara dos princípios básicos para proteger a maior central nuclear da Europa. Tais ataques imprudentes aumentam significativamente o risco de um acidente nuclear grave e devem cessar imediatamente”, afirmou Grossi.

Fonte: sputniknewsbrasil