Estação espacial da China fará experimento para coletar energia solar do espaço e enviar para Terra


Em operação desde que o último grande módulo de serviço, chamado Mengtian, atracou este mês, a Tiangong, a estação espacial da China, espera conseguir grandes avanços no âmbito da exploração espacial nos próximos anos.
Um deles, de acordo com Yang Hong, designer-chefe da estação espacial, é que a Tiangong desempenhe um papel fundamental no projeto da estação de energia solar espacial da China (SSPS, na sigla em inglês), fornecendo uma plataforma de teste para dispositivos elétricos de alta tensão.
A estação de energia espacial, em tese, poderia apontar um feixe para quase qualquer local, tornando-a ideal para alimentar equipamentos militares ou postos avançados remotos, diz a equipe do projeto.
As informações foram publicadas pelo South China Morning Post, após uma conferência com a presença de cientistas espaciais e engenheiros de todo o mundo em Wenchang, em Hainan.
Foguete chinês Longa Marcha 7 carregando a nave de carga Tianzhou-2 decola do Centro de Lançamento Espacial Wenchang, China, 29 de maio de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 12.11.2022

Yang disse que a estação espacial tinha recursos e capacidade para fazer demonstrações, “verificar tecnologias-chave, acelerar avanços tecnológicos e acumular dados experimentais em órbita” para o projeto da estação solar espacial.
Um artigo publicado pela equipe do projeto na revista Chinese Space Science and Technology em junho informou que a usina de energia solar espacial chinesa em tamanho real seria uma estrutura de 1 km de largura irradiando micro-ondas com potência de gigawatts para a Terra a uma distância de 36 mil km.
Ao contrário das fazendas solares tradicionais que funcionam apenas durante o dia, o painel solar baseado no espaço coletaria e transmitiria energia 24 horas por dia.
© AP Photo / Ju Zhenhua/XinhuaAstronautas chineses Jing Haipeng (à esquerda) e Chen Dong no laboratório espacial Tiangong 2, em 18 de outubro de 2016

Astronautas chineses Jing Haipeng (à esquerda) e Chen Dong no laboratório espacial Tiangong 2, em 18 de outubro de 2016 - Sputnik Brasil, 1920, 24.11.2022

Astronautas chineses Jing Haipeng (à esquerda) e Chen Dong no laboratório espacial Tiangong 2, em 18 de outubro de 2016

Projeto enfrenta críticas e debate na comunidade científica

Há um debate na comunidade científica a respeito da segurança dos feixes de microondas. Cientistas apontam que eles prejudicarão as comunicações, a saúde humana ou o meio ambiente.
Yang disse que a estação espacial chinesa se envolveria em uma série de experimentos críticos para trazer a usina espacial da ficção científica para a realidade.
A China planeja realizar o primeiro experimento de transmissão de energia do espaço para a Terra nos próximos anos.
© AP Photo / Centro de Controle Aeroespacial de PequimEspaçonave Shenzhou-9 porta a estação Tiangong-1 (foto de arquivo)

Espaçonave Shenzhou-9 porta a estação Tiangong-1 (foto de arquivo) - Sputnik Brasil, 1920, 24.11.2022

Espaçonave Shenzhou-9 porta a estação Tiangong-1 (foto de arquivo)
Uma pequena usina espacial que pode fornecer eletricidade para postos militares remotos estará funcionando na década de 2030, enquanto a geração de energia comercial deverá começar na década de 2050.
Mas como manter o feixe de energia apontado para um ponto preciso da Terra a uma distância de dezenas de milhares de quilômetros continua sendo um grande desafio, segundo cientistas envolvidos nesses projetos.
Alguns pesquisadores também alertaram que a transmissão intensa e persistente de energia entre o espaço e a Terra pode causar distúrbios na ionosfera que podem levar a impactos inesperados ao meio ambiente da Terra.
Uma pessoa de máscara caminha em frente a uma tela mostrando um lançamento do foguete Longa Marcha-2F Y12 em uma transmissão da CCTV, em Pequim, China, 17 de junho de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 05.06.2022

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Putin apresenta perspectivas para uso de IA pelo governo da Rússia
Próxima Twitter fecha escritório da UE em meio a preocupações de 'desinformação' da Rússia por Bruxelas