Esquerda se une a aliados de Macron para bloquear ascensão do partido de Le Pen


O Reagrupamento Nacional (RN), partido de direita nacionalista comandado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, está vendo as chances de formar maioria absoluta no Parlamento pela primeira vez na história se desfazendo, após o anúncio de uma possível aliança entre a esquerda e a centro-direita.

Segundo Le Pen, esta grande coalizão é formada por grupos que “querem preservar o poder contra a vontade do povo” e realizar “o sonho de Macron em reunir forças das duas alas políticas”, que até o momento eram rivais.

O presidente francês fez menção a esta hipótese na última quarta-feira (3), no Conselho de Ministros, depois da renúncia massiva de quase 220 candidatos da esquerda e do bloco macronista para impedir a vitória por maioria absoluta do direitista Reagrupamento Nacional (RN) com seus aliados conservadores.

Posteriormente, o primeiro-ministro da França, Gabriel Attal, aliado do mandatário francês, também fez considerações sobre essa possibilidade.

“O que essas desistências mostram é que podemos evitar uma maioria absoluta para a extrema-direita”, disse Attal à rádio France Inter sobre a contagem de 289 assentos que o RN precisaria para controlar a Assembleia Nacional da França, com 577 assentos.

A desistência dos candidatos em concorrer nas eleições locais é importante para reduzir o número de distritos nos quais o voto contrário ao RN poderia se dividir.

Os aliados de Macron agora precisam torcer para que a estratégia eleitoral promova resultados. Os eleitores acostumados a se posicionarem mais ao centro político podem se recusar a apoiar um rival de esquerda contra o RN, enquanto partidários de esquerda podem recuar no apoio a Macron e seus correligionários.

Ao todo, serão eleitos legisladores para 577 distritos eleitorais da Assembleia Nacional Francesa, com 289 assentos necessários para formar a maioria absoluta esperada por Le Pen.

O primeiro turno da votação no último dia 30 colocou os nacionalistas do RN, com apoio dos conservadores, na liderança das eleições com 33% dos votos, à frente da Nova Frente Popular, um grande bloco de esquerda, ficou em segundo lugar com 28%, e a coalizão centrista do presidente Emmanuel Macron, que sofreu a maior derrota daquela noite, conquistando apenas 20% dos votos.

O segundo das eleições legislativas ocorre no próximo domingo (7).

Fonte: gazetadopovo

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