“Bolsonaro abriu mão da gestão do Estado, delegou tudo para o Congresso para ter uma base de sustentação. Não temos no Brasil partidos fortes, mas caciques fortes, […] as lideranças no Congresso são muito personalistas, formando coalizões geralmente locais ou regionais. O que vemos são agremiações aprovando apenas pautas dessas lideranças.”
Emenda de liderança
“Não vejo nenhuma consequência grave no nível institucional, pois a política deve ser lida nas entrelinhas, e, nesse caso, o Executivo tem ainda muito poder de barganha, são muitos recursos para serem negociados”, comenta ele.
“E o perfil conservador da Câmara, com interesses de múltiplos grupos, tem gerado uma contraofensiva com o objetivo claro de enfraquecer o presidencialismo e seu poder de pautar projetos no Parlamento”.
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“Tudo isso tem um preço. Uma adesão exagerada de partidos ao governo pode acabar sacrificando ou paralisando projetos mais estruturantes ou mais polêmicos, descaracterizando a política do próprio governo”, completa Monteiro.
Fonte: sputniknewsbrasil