Especialistas dizem que oferta maior de energia solar favorece medida


Especialistas dizem que oferta maior de energia solar favorece medida

Apesar de novos estudos do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicarem que a volta do horário de verão neste ano não traria benefícios para o Sistema Interligado Nacional (SIN), especialistas apontam que a medida pode contribuir para aliviar a pressão sobre o sistema no horário de pico, quando há um consumo maior, e reduzir o uso de fontes mais caras em alguns momentos – o que se reflete nas tarifas de energia. A longo prazo, os efeitos dependem das mudanças na matriz energética.

Presidente do ONS à época em que o governo acabou com a medida, Luiz Eduardo Barata avalia que faz sentido retomar a discussão diante do cenário atual. “Anteriormente, deslocávamos o consumo de energia do início da noite para o período da tarde para reduzir a geração térmica. Agora, devemos deslocar esse mesmo consumo para a tarde, quando temos mais geração proveniente da fonte solar”, explicou.

Em sua avaliação, o grande benefício de uma possível retomada do horário de verão seria aumentar o uso de uma fonte mais barata, o que se reflete nas tarifas.

Ex-diretor da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Edvaldo Santana defende que a medida será cada vez mais benéfica para o País. “Como depois das 17h desaparece toda energia produzida pela fonte solar, é importante que, pelo menos por algumas horas, parte disso seja compensado com redução da demanda, pois é também nesse período de tempo que começa a hora da ponta”, explica.

Santana explica que a medida pode contribuir tanto para “aliviar” a pressão do sistema num horário com maior demanda quanto para reduzir o custo para os consumidores. “Por exemplo: uma parte das termoelétricas que serão contratadas como reserva de capacidade para suprir energia nesses horários, para evitar instabilidade. Essas térmicas podem ser adiadas, o que reduz os custos”, afirmou.

Solar

Extinto há três anos pelo presidente Jair Bolsonaro, o horário de verão voltou a ser analisado devido ao crescimento da energia solar no País, sobretudo dos sistemas de geração distribuída (GD), quando o consumidor gera a própria energia. Porém, a avaliação segue semelhante à dos anos anteriores, de que o mecanismo não traz benefícios para o sistema elétrico. A decisão final, porém, cabe ao governo federal.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


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