Especialistas apontam melhores ‘dicas’ de investimentos, após corte da Selic


Ante à proximidade do anúncio, pelo Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom/BC), da magnitude do corte de juros da Selic – se de 0,25 ponto percentual (p.p.) ou meio ponto percentual, as ‘apostas’ mais recorrentes – o mais importante para o investidor, nesse momento, é saber identificar as melhores opções para aplicar seus recursos.

Prevista para ser anunciada entre 18h e 19h desta quarta-feira (2) pelo colegiado, a eventual ‘nova’ taxa básica de juros, hoje no patamar de 13,75% ao ano, deverá chegar ao final de 2023 em 12% ao ano, se depender do consenso do mercado.

A primeira recomendação de especialistas ao investidor é de que este não retire suas aplicações da renda fixa, uma vez que a taxa de juros real continuará elevada, ao menos, no médio prazo.

Para a maioria dos entrevistados pela pesquisa Reuters/Refinitiv (53%) a previsão é de que o corte atinja 0,5 p.p., ao passo que os 47% restantes contam com uma redução mais ‘leve’, de 0,25 p.p.

Com a perspectiva de início de um ciclo contínuo de cortes dos juros básicos, nos próximos meses, a recomendação de analistas financeiros é no sentido de que o investidor priorize a diversificação de sua carteira, favorecida, no exterior, pela queda ‘suave’ da atividade econômica dos EUA (o que afasta, ao menos, por enquanto, os riscos de uma recessão global), assim como, no plano interno, pela redução do risco de descontrole fiscal pelo governo tupiniquim. Em suma, a hora é propícia para ‘adicionar’ mais risco às carteiras de investimento.

Mesmo com a redução da Selic, observa professor e membro do conselho diretor da FIA Business, Paulo Feldmann, continua a existir espaço para ganhos em aplicações de renda fixa, tendo em vista a perspectiva de que os juros vão continuar elevados e a inflação, em declínio. Ou seja, enquanto a taxa de juros superar a inflação, vai continuar valendo à pena aplicar em renda fixa.

Mediante essa nova conjuntura, o assessor de investimentos da GT Capital, Marcus Labarthe, aponta que as ações mais atrativas seriam aquelas dos setores de eletricidade – que repassam custos com maior facilidade aos acionistas – em contraste com os de varejo e construção civil, cujo repasse é menos provável.

Levando em conta que, à medida que caem os juros, as margens financeiras sobem, juntamente com o resultado operacional das companhias, Labarthe avalia que “quedas nos juros podem facilitar o acesso ao crédito imobiliário, auxiliando empresas do setor de construção, além de uma retomada nas compras, no setor de varejo”.

Já o analista financeiro da Órama, Phil Soares, observa que setores mais ligados à atividade econômica, como bens de consumo (varejo), saúde, educação e construção civil “tendem a se valorizar, diante da queda dos juros”.

Também na bolsa de valores, o descenso dos juros favorece investimentos em fundos imobiliários (FIIs), em especial, aqueles voltados a ativos físicos, como fundos de tijolos, sob o entendimento de que o corte da Selic poderá incentivar o mercado imobiliário.

Fonte: capitalist

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