Especialistas afirmam que a fome já atingiu toda a Faixa de Gaza


Toda a Faixa de Gaza está a sofrer com a fome, afirmaram dez importantes especialistas da Organização das Nações Unidas (ONU), em um comunicado divulgado na terça-feira (9).

“Declaramos que a campanha intencional e direcionada de Israel contra o povo palestino é uma forma de violência genocida e resultou na fome em toda Gaza”, disse o grupo que incluía Michael Fakhri, relator especial sobre o direito à alimentação, Francesca Albanese, relatora especial sobre a situação dos direitos humanos no território palestino ocupado desde 1967, Paula Gaviria Betancur, relatora especial sobre os direitos humanos dos deslocados internos, e outros.

O grupo de especialistas não representa a ONU como um todo, mas declarou que a fome em Gaza não pode mais ser negada, ressaltando três crianças que morreram recentemente de desnutrição em Gaza.

“Fayez Ataya, que tinha apenas seis meses de idade, morreu em 30 de maio de 2024 e Abdulqader Al-Serhi, de 13 anos, morreu em 1º de junho de 2024 no Hospital Al-Aqsa em Deir al-Balah. Ahmad Abu Reida, de nove anos, morreu em 3 de junho de 2024 na tenda que abrigava sua família deslocada em Al-Mawasi, Khan Yunis. Todas as três crianças morreram de desnutrição e falta de acesso a cuidados de saúde adequados”, enfatiza o comunicado.

A declaração ainda aponta que “com a morte destas crianças por fome, apesar do tratamento médico, no centro de Gaza, não há dúvida de que a fome se espalhou do norte de Gaza para o centro e sul de Gaza“.
O comunicado acusou Israel de realizar uma “campanha de fome intencional e direcionada contra o povo palestino”, que foi chamada de “uma forma de violência genocida” que espalhou a fome “por toda Gaza”.
Palestinos deslocados inspecionam suas tendas destruídas por bombardeio israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 28 de maio de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 07.07.2024

Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um grande ataque com foguetes contra Israel e violou a fronteira, atacando bairros civis e bases militares. Quase 1,2 mil pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 foram sequestradas durante o ataque.
Israel lançou ataques retaliatórios, ordenou um bloqueio completo de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino, com o objetivo declarado de eliminar combatentes do Hamas e resgatar os reféns. Acredita-se que até 120 reféns ainda estão sob o poder do Hamas em Gaza e que 43 morreram em cativeiro.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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