Especialista revela como pode ser formada ‘nova ONU’ da América Latina, Ásia e África


A cúpula de dois dias dos ministros das Relações Exteriores da OCX teve início em 4 de maio no estado indiano de Goa. O foco dos trabalhos estará na expansão da organização.
Em particular, na aprovação do Irã como Estado-membro, na aceleração da admissão de Belarus na organização, e na concessão do status de “parceiros de diálogo” para Bahrein, Kuwait, Mianmar, Maldivas e Emirados Árabes Unidos, o que vai abrir novas oportunidades para os países.
Segundo Sachdev, a organização deve se transformar em uma organização global se quer causar um impacto significativo em todo o mundo. Tirando o padrão da ONU, as normas e práticas da OCX devem ser equitativas, democráticas e baseadas na realidade do século XXI.

“A OCX tem a oportunidade histórica de se tornar a mini-Nações Unidas moderna e ideal da Ásia, África e América Latina. Essa OCX globalizada pode ter como membros nações não europeias e não norte-americanas, com portas posteriormente abertas para a adesão de nações ocidentais”, disse Robinder Sachdev à Sputnik Índia.

Presidente russo, Vladimir Putin, e o líder chinês, Xi Jinping, antes da foto conjunta dos líderes dos países-membros da Organização para Cooperação de Xangai (SCO, na sigla em inglês), em 16 de setembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 28.04.2023

De acordo com ele, a OCX pode “definitivamente adotar uma perspectiva mais ampla e se tornar parte de algum formato global de nações não ocidentais”.
O analista geopolítico sugeriu que a organização pode criar seu próprio Conselho de Segurança e Assembleia Geral, e até mesmo manter uma força de manutenção da paz, se tornando assim um modelo de mini-ONU, que poderia colaborar e auxiliar a ONU a enfrentar os desafios globais.

Atualmente, a organização é composta por oito membros permanentes: China, Índia, Cazaquistão, Quirguistão, Paquistão, Rússia, Tajiquistão e Uzbequistão; e nove parceiros de diálogo: Armênia, Azerbaijão, Camboja, Nepal, Sri Lanka, Turquia, Egito, Catar e Arábia Saudita.

Ele elogiou o Irã por aderir à organização, dizendo que isso só beneficiará o país e outros Estados-membros.

“É uma boa oportunidade para o Irã combater a pressão ocidental, evitar o isolamento e se envolver com seus parceiros regionais”, afirmou Sachdev.

O líder do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente do Governo da Espanha, Pedro Sánchez - Sputnik Brasil, 1920, 27.04.2023

A organização enfrenta uma série de desafios, argumentam observadores internacionais. Em particular, eles sugerem que a OCX precisa encontrar um equilíbrio entre as tendências de globalização e regionalização em sua estratégia.
Até o momento, a entidade provou sua eficácia na solução de questões regionais e geopolíticas. Ainda assim, de acordo com Sachdev, a rápida ampliação da OCX levanta novas questões relacionadas à sua inclusão e orientação.

“As três perguntas são: A OCX cultiva uma agenda militar contra o Ocidente? A OCX é uma organização que assumirá uma posição antiocidental em todo e qualquer assunto? As nações não ocidentais da Ásia [e da África, e da América Latina], que são pró-Ocidente, são bem-vindas para participar da OCX?”, questiona.

Sergei Lavrov, participa de uma reunião com o ministro das Relações Exteriores de Eswatini, Thuli Dladla, em Mbabane, Eswatini, 24 de janeiro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 27.02.2023

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores Ocidente tenta apresentar uma ordem baseada em regras como multilateralismo, diz embaixador russo
Próxima China está promovendo yuan no mundo para impedir que EUA usem dólar como arma, opina analista