Especialista: incursão de Israel na Síria não é um movimento de proteção, mas uma ofensiva completa


Tel Aviv insiste que suas ações são motivadas por preocupações de segurança. Mas Furkan Halit Yolcu, especialista em segurança e pesquisador do Instituto do Oriente Médio da Universidade Sakarya, rejeitou a narrativa de Israel e chamou suas ações de uma apropriação de terras ofensiva.

“A história diz que este não é um movimento de proteção, mas é tudo sobre uma mentalidade ofensiva que está acontecendo, aproveitando oportunidades e reivindicando território passo a passo“, disse Yolcu à Sputnik. “Sempre que há uma oportunidade, sempre que há uma chance, Israel parece estar aproveitando o momento e tentando ganhar um pouco mais de território quando pode.”

Yolcu duvida que Israel consiga escapar impune e espera que a questão seja definitivamente abordada pela ONU assim que um novo governo sírio for formado.

“Pode se tornar um problema maior do que é agora porque [a Síria não] tem um governo ainda”, enfatizou o especialista. “Mas quando o governo estiver lá e for oficialmente reconhecido pela comunidade como as Nações Unidas, então as disputas territoriais começarão com certeza.”

Veículos blindados israelenses estacionados ao longo da chamada Linha Alfa, que separa as Colinas de Golã anexadas por Israel da Síria, em 8 de dezembro de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 10.12.2024

As Colinas de Golã são um planalto montanhoso de origem vulcânica que se estende de norte a sul, cobrindo uma área de 1.800 quilômetros quadrados. Fica a cerca de 60 km ao sul de Damasco e faz fronteira com o rio Yarmouk ao sul e o mar da Galileia a oeste.
Considerado uma área estratégica fundamental em termos militares, o terreno montanhoso do planalto elevado oferece uma linha de defesa natural e uma vista privilegiada contra qualquer ataque militar terrestre da Síria, além de possuir uma riqueza de recursos naturais considerável.
No domingo (8), a emissora estatal israelense Kan afirmou que o Exército israelense assumiu o posto avançado sírio no Monte Hermon depois que o Exército sírio se retirou de suas posições na zona tampão — uma faixa de terra que separa duas entidades geográficas, biogeográficas ou políticas diferentes.
Na terça-feira (10), as FDI afirmaram ter destruído a maioria das armas estratégicas da Síria, temendo que membros da oposição armada síria possam tomar o controle de instalações militares perto das Colinas de Golã e usá-las contra o país, segundo autoridades israelense afirmaram ao The New York Times.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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