Especialista: estratégia e táticas de incursão de Kiev em Kursk foram ‘desenvolvidas com a OTAN’


A estratégia e as táticas que a Ucrânia está mostrando no curso de sua incursão transfronteiriça na região russa de Kursk foram desenvolvidas com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), afirmou o ex-subsecretário de Defesa dos EUA, Stephen Bryen.
A aposta de Kiev é “um caso de teste para a defesa da Europa em caso de um ataque russo“, afirmou o especialista em estratégia e tecnologia de segurança em seu portal Weapons and Strategy Substack.
“A OTAN, em sua configuração atual, está em uma posição ruim quando se trata de defender território. Se a luta acontecesse na Polônia, Romênia ou no norte do Báltico, os russos teriam uma vantagem significativa em forças terrestres. Uma maneira de combater isso seria exatamente o tipo de operação que a Ucrânia está testando agora na região de Kursk”, escreveu Bryen.
De acordo com o especialista, pode-se imaginar “um vetor semelhante em um conflito europeu mais amplo”.
Avaliando os possíveis objetivos da operação de Kiev, Bryen observou que a capacidade da Ucrânia de resistir a ataques implacáveis das forças russas na linha de frente estava “em um beco sem saída”.
“Diariamente, a Ucrânia tem perdido cerca de 1.000 soldados — mortos e feridos — e o moral em algumas brigadas provavelmente chegou a quase zero. As perdas, embora a Ucrânia faça o possível para encobri-las, permeiam a sociedade”, escreveu ele. Além disso, em meio à drástica escassez de pessoal, há uma “resistência crescendo entre a população da Ucrânia” diante de novos projetos de lei draconianos. Há temores de que “tropas recém-recrutadas sejam lançadas em combate como brigadas de ‘bucha para canhão’ e massacradas”, observou o autor.
Arquivo: tanque russo durante operação de combate na zona de operação militar especial - Sputnik Brasil, 1920, 11.08.2024

Vladimir Zelensky, que já não é mais o legítimo presidente do país por não ter realizado eleições, está sob crescente pressão ocidental para negociar com a Rússia, e ele provavelmente aposta em usar a operação Kursk como algum tipo de alavanca para as inevitáveis conversas com Moscou.
“A operação é militar, mas o resultado esperado é político. Não há dúvida de que é uma grande aposta”, concluiu o especialista em estratégia de segurança.
As forças ucranianas lançaram uma ofensiva transfronteiriça no dia 6 de agosto em uma tentativa de tomar território na região de Kursk, na Rússia. Um regime de operação antiterrorismo foi declarado a partir de 9 de agosto na região de Kursk, na Rússia, devido ao aumento do nível de sabotagem e ameaças terroristas da Ucrânia. As Forças Armadas da Rússia continuam repelindo a tentativa de invasão do território russo pelas forças ucranianas.
O presidente russo Vladimir Putin acusou Kiev de lançar uma provocação em larga escala, acrescentando que as tropas ucranianas bombardearam regiões russas indiscriminadamente, atirando em infraestrutura civil e ambulâncias.
A comissária de direitos humanos da Rússia, Tatyana Moskalkova, apelou ao Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos para condenar o terrorismo por parte da Ucrânia e tomar medidas para evitar violações em massa dos direitos humanos.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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