Especialista comenta lançamento de míssil balístico de Pyongyang: a Coreia do Norte está avançando?


Na quinta-feira (16) a Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM, na sigla em inglês) que caiu a leste da península coreana, o primeiro disparado em cerca de um mês.
Kim Dong-yup, professor assistente na Universidade de Estudos Norte Coreanos, destacou que este não foi um lançamento de teste, e sim um exercício de lançamento de armas estratégicas liderado diretamente no lugar por Kim Jong-un, secretário-geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia.
“Penso que além do fato de que a RPDC [República Popular Democrática da Coreia] quer sublinhar, como resposta aos exercícios da Coreia do Sul e dos EUA, que eles também realizam exercícios padrão, este lançamento parece destacar que o Hwasong-17 não está mais em desenvolvimento. O trabalho sobre este míssil já foi concluído, agora estamos na fase de armamento”, segundo ele.
O especialista notou que o relato da agência norte-coreana KCNA sobre o lançamento indicou que “o exercício confirmou a prontidão de combate da unidade de ICBM e o extraordinário espírito de combate das Forças Armadas Estratégicas da RPDC, e testou rigorosamente sua confiabilidade na prática”.
Tela televisiva mostra lançamento de míssil balístico intercontinental na Estação Ferroviária de Seul em Seul, Coreia do Sul, 16 de março de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 16.03.2023

“Embora [a irmã de Kim Jong-un] Kim Yo-jong tenha declarado que a RPDC mostraria um lançamento de ICBM em um ângulo normal, desta vez o lançamento foi novamente em um ângulo elevado. O míssil voou 1.000,2 quilômetros em uma altitude máxima de 6.045 quilômetros em 4.151 segundos.”
“É provável que agências de inteligência sul-coreanas e americanas, especialistas e a mídia questionem novamente a capacidade de reentrada dos mísseis da Coreia do Norte e deem avaliações de que há um problema com um lançamento normal, portanto, houve um lançamento em ângulo alto, mas a minha opinião pessoal é que não é um problema técnico, que ainda não é hora de usar este mapa [de lançamento em trajetória normal]”, apontou Kim.
Ele acrescentou que não encontrou qualquer referência que ligasse o lançamento do ICBM à cúpula entre a Coreia do Sul e o Japão, que ocorreu nesse dia.
Pyongyang confirmou o lançamento do míssil Hwasong-17, que chamou de “poderoso aviso” em meio aos exercícios “provocatórios e agressivos” em larga escala da Coreia do Sul e dos EUA. Na segunda-feira (13) Seul e Washington iniciaram manobras Freedom Shield, uma simulação computadorizada de cenários “realistas” que preveem cenários de ameaça nuclear e de mísseis da Coreia do Norte, enquanto na segunda-feira (20) começarão os exercícios Warrior Shield.

Fonte: sputniknewsbrasil

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