Se você ainda tem dúvidas sobre a eficiência dos carros híbridos, este texto vai mostrar que sim, eles são econômicos, mas isso depende do uso. No fim do ano passado testei o BYD Song Plus Premium, versão topo de linha do SUV plug-in, que chegou em 2024 por R$ 299.800. Para te prender logo de cara, digo: foram 600 km rodados sem precisar abastecer. E ainda devolvi o carro com quase 160 km de autonomia no modo híbrido, além de 70% de bateria.
O Song Plus Premium foi meu companheiro durante 11 dias. Para ser honesta, carreguei a bateria de 18,3 kWh no primeiro dia (estava com 68% e ficou com 97%); e algo que deixa a desejar é que o carregamento está disponível apenas com carga lenta, por corrente alternada (AC), a 6,6 kW, no máximo. Portanto, leva mais tempo para atingir a carga completa.
O teste começou na época do Natal. Rodei muito com o carro em São Paulo, com o porta-malas de 574 litros cheio de compras de mercado. Esse modelo tem 14 litros a mais que o GWM Haval H6 PHEV34, seu principal rival no Brasil.
Na cidade, o consumo não impressionou, com média de 10,2 km/l no modo híbrido — sempre com o ar-condicionado ligado. Fato é que a versão topo de linha da família Song tem uma predileção pelo modo elétrico na cidade. Com a bateria carregada e abaixo de 60 km/h, é capaz de rodar sem gastar uma gota de combustível.
Hora de pegar a estrada e descobrir como o Song Plus Premium encara o uso rodoviário. Viajei para Peruíbe, litoral Sul de São Paulo, trajeto de 124 km em cerca de 1h30. Com trânsito, o tempo subiu para 2h20. Lembrando: no porta-malas havia três malas médias, cesta básica e sacolas de roupas para doação. Na cabine, meus companheiros eram meu esposo, Lucas, e nossos dois cachorros (Túlio e Aperol).
Na descida da Serra do Mar foi possível ver o trabalho da regeneração de energia por meio da frenagem, um ponto alto no Song Plus Premium. Perto do trevo de Praia Grande, a bateria estava com 58% de carga, já que fiz parte do percurso no modo elétrico. Logo alternei para o modo híbrido e trabalhei com as frenagens. No fim do trajeto, cerca de 60 km depois, a bateria já havia recuperado 12%, alcançando 70%.
É um carro pesado, mas nem parece que tem 2 toneladas. O conjunto híbrido faz com que o condutor não sinta isso ao volante. O Song Premium é equipado com um motor 1.5 turbo a gasolina de 129 cv de potência, combinado com dois elétricos, um dianteiro (204 cv) e outro traseiro (163 cv). O torque total não foi divulgado.
A potência combinada é de 324 cv, mais do que suficiente para um bom desempenho. Apenas com os motores elétricos, vale dizer, o SUV não consegue manter uma velocidade alta constante com facilidade. Então, o sistema híbrido, certamente, é a melhor opção para ter respostas melhores na estrada. Em nosso teste no Rota 127 Campo de Provas, o carro foi de zero a 100 km/h em 5,8 segundos.
Mas voltemos à viagem de fim de ano. Na subida, o SUV sofreu mais. As médias no computador de bordo ficaram em 12,1 km/l no modo híbrido e 19,2 km/l no elétrico. No segundo caso, deu para ver a porcentagem da bateria reduzir de maneira mais abrupta. Como em todo BYD, as baterias têm a tecnologia Blade e, segundo o Inmetro, propiciam uma autonomia elétrica de 52 km. Combinando os motores, o alcance vai a 690 km. No fim do meu uso, depois de 600 km rodados, o painel marcava autonomia de 150 km no motor a combustão e baterias ainda em 72%.
Em relação ao convívio com o Song Plus Premium, conforto resume bem o SUV de 4,77 metros de comprimento e 2,76 m de entre-eixos. Os cachorros viajaram com muito espaço na segunda fileira e o assoalho plano possibilitou levar mais bagagens. A suspensão é acertada, mas senti muito o reflexo das imperfeições nas vias.
A cabine é a mesma da versão Plus, com destaque para a tela giratória de 12,3 polegadas. A versão topo de linha estreia head-up display. Há ainda pacote Adas com controle de cruzeiro adaptativo, frenagem de emergência, assistente de faixa e sensor de ponto cego.
Fato é que, após 600 km, surpreende não precisar abastecer ou carregar o BYD Song Premium com urgência. Para quem busca desempenho, não vai se impressionar tanto com o SUV, mas se ainda estava em dúvida sobre a economia de combustível, o que me diz agora?
Pontos positivos: Ótimo espaço interno; sobra potência e a autonomia é boa para seu porte
Pontos negativos: Consumo aumenta muito em subidas; recarga apenas do tipo lenta (AC)
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Fonte: direitonews