“É inevitável que, do ponto de vista prático, a circulação de pessoas em determinados ambientes no espaço, como estações espaciais ou naves tripuladas, seja veículo de disseminação de microrganismos. Como estamos tratando de ambientes extremos, nem todo microrganismo que seja eventualmente introduzido prosperará e colonizará estavelmente tais ambientes.”
“Assim, talvez seja importante que veículos e estações espaciais, bem como os viajantes espaciais, adotem controles microbiológicos rigorosos para evitar a contaminação e o posterior carreamento desses microrganismos ‘extraterrestres’ de volta para a Terra.”
“Medidas de controle microbiológico rigorosas devem ser adotadas em ambientes extraterrestres alvos de circulação de pessoas, com protocolos de desinfecção robustos entre a troca de tripulantes e passageiros. É importante que a exposição de viajantes espaciais aos microrganismos que colonizam esses ambientes seja minimizada pelo uso de EPIs adequados, e que o uso de medidas de antissepsia pós-viagem seja rigorosamente seguido para diminuir a chance de que um viajante traga um microrganismo ‘do espaço’ para o ambiente terrestre.”
“Uma infecção por um microrganismo no ambiente espacial pode ser ainda mais perigosa para um indivíduo com funções imunes alteradas e de tratamento ainda mais desafiador, já que estamos falando de um ambiente carente de estrutura clínica, se comparamos com a estrutura que temos em alguns lugares do nosso planeta.”
O estudo
Qual é o objetivo principal da EEI?
“Tais condições extremas acabam, portanto, por ‘selecionar’ microrganismos capazes de colonizar estavelmente o ambiente da EEI, graças a seus atributos genéticos. Esses aspectos, em conjunto com outros, contribuem para que a EEI seja um ambiente de rápida evolução microbiana, apresentando-se como um ambiente único para estudar fatores determinantes para a colonização e evolução de microrganismos em ambientes extremos.”

Fonte: sputniknewsbrasil