Escândalo na Alemanha: ministra Baerbock é muito criticada por posicionamento sobre Ucrânia


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“Se eu prometi para as pessoas da Ucrânia que nós estaríamos com elas o quanto fosse necessário, então quero manter essa promessa. Não importa o que os meus eleitores alemães pensam, eu quero manter a promessa para as pessoas da Ucrânia“, disse Baerbock ao discursar em Praga.

Annalena Baerbock, ministra das Relações Exteriores alemã, fala em coletiva de imprensa em Berlim, Alemanha, 17 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 31.08.2022

Nesse contexto, a ministra passou a ser criticada pela oposição. Assim, a deputada do Bundestag (parlamento alemão) e ex-líder da coligação parlamentar do partido A Esquerda, Sahra Wagenknecht, chamou as expressões de Baerbock de “erradas” e “perigosas para a Alemanha”.

“A ministra das Relações Exteriores, que afirma representar os interesses dos eleitores ucranianos, em vez dos eleitores alemães, e que rejeita as negociações para terminar a guerra em prol dos interesses do governo dos EUA, representa um erro ultrajante e perigoso para o nosso país”, escreveu a deputada na sua conta no Twitter.

Ao mesmo tempo, a deputada do Bundestag do partido A Esquerda, Sevim Dagdelen, salientou na sua conta que 77% dos cidadãos alemães exigem negociações para pôr fim aos combates militares na Ucrânia.

“A ministra das Relações Exteriores, que rejeita a diplomacia e demonstra o desprezo em relação a todos que protestam contra os efeitos das suas sanções loucas e que diz ‘A Ucrânia está acima de tudo, enquanto os cidadãos não importam’, é um fracasso total”, escreveu Dagdelen.

Michael Kretschmer, primeiro-ministro do estado federado alemão da Saxônia e membro da União Democrata-Cristã, durante uma coletiva de impensa na sede do seu partido em Berlim, Alemanha, 20 de setembro de 2021 - Sputnik Brasil, 1920, 02.09.2022

O representante da União Democrata-Cristã, Norbert Rottgen, aconselhou a ministra, em vez de reformas dolorosas, a escolher uma boa argumentação.

“Estimada senhora Baerbock, isso é abuso desnecessário de heroísmo. A maioria dos alemães está disposta a seguir apoiando a Ucrânia. Os políticos democráticos devem convencer outros com bons argumentos, não com a palavra ‘basta’”, disse o deputado em sua conta no Twitter.

Além disso, a copresidente da Alternativa para a Alemanha, Alice Weidel, sublinhou em sua conta no Twitter que “estamos em um momento em que é necessária a renúncia da ministra das Relações Exteriores Baerbock“.

“Alguém que não se importa em nada com os interesses dos eleitores alemães jamais pode ocupar o cargo de ministro. Precisamos de um ministro das Relações Exteriores diplomático, que vai defender os interesses dos cidadãos alemães e se manifestar a favor de negociações e paz entre a Rússia e a Ucrânia”, disse Weidel.

O chanceler alemão, Olaf Scholz, durante coletiva de imprensa após encontro com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em Moscou, 15 de fevereiro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 22.08.2022

Em 1º de setembro, a hashtag #BaerbockRuecktritt (Baerbock deve renunciar) foi um dos assuntos mais populares na Alemanha, de acordo com o portal trends24.
Contudo, nesse contexto, o representante oficial do ministério das Relações Exteriores alemão, Peter Ptassek, acusou as forças pró-russas do desencadeamento do conflito interno.
O chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, chamou na quinta-feira (1º) as palavras de Baerbock de “uma confissão fantástica”, que “serve para as conversas sobre a necessidade de realizar em uma série de países europeus as eleições antecipadas”.
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