Marcus Ericsson, companheiro de equipe de Colton Herta na IndyCar, afirmou que o piloto de 24 anos tem talento de sobra para correr na Fórmula 1. Ericsson, que correu na F1 por cinco anos, descreveu Herta como um ‘talento bruto e um dos melhores contra quem já competi’.
“Acho que ele às vezes nem sabe como consegue ser tão rápido em certas combinações de curvas”, disse Ericsson à Speed Street. “Ele simplesmente tem esse feeling para as coisas. Algo que sinto sobre Colton é que ele é muito bom em se adaptar a diferentes situações. Tipo, a pista muda, são condições diferentes, a aderência da pista aumenta ou diminui, ele é muito bom em se adaptar a essas diferentes situações e acho que isso o torna muito, muito bom. Quando ele entra em sua zona, ele pode simplesmente fazer coisas com um carro de corrida que poucas pessoas conseguem fazer. Então, ele está definitivamente entre os melhores companheiros de equipe contra quem já corri.”
Herta tem sido apontado como um possível alvo para a F1 pela Cadillac, que irá entrar no grid no próximo ano. “Com certeza ele tem talento para isso. Acho que não há dúvida sobre isso. Todos nós sabemos que F1 e IndyCar têm dois tipos muito diferentes de carros, com pneus e pistas e tudo mais, mas não tenho dúvida de que ele poderia fazer um trabalho muito bom lá.”
No ano passado, Herta terminou como vice-campeão na IndyCar, e agora tem pontos suficientes para obter a superlicença da FIA, necessária para um piloto correr na F1. No entanto, ele indicou no mês passado, que seu desejo de mudar para a F1 diminuiu. “Eu realmente não tenho nenhuma preocupação com isso”, disse Herta. “Eu meio que fui arrastado para essa conversa por, parece, meia década. Eu tive a ‘cenoura na minha frente’ por um tempo. Estou meio cansado disso, e eu só quero pilotar neste momento e me concentrar na IndyCar este ano e me concentrar em vencer o campeonato, e se algo surgir disso, eu teria que pensar sobre o assunto. Ainda não é uma coisa certa. Todos os meus amigos e familiares estão aqui nos EUA e eu não conheço ninguém na Europa, então é uma grande decisão a tomar se eu tiver que tomar essa decisão”, disse ele.
Ericsson compartilhou suas dificuldades na F1, correndo por equipes não competitivas e sem chances reais de vitória. “Eu estive lá cinco anos, e nem uma vez nesses cinco anos… Eu sabia que não ia vencer”, disse ele. “Eu sabia que precisava, tipo, de dez carros batendo para eu poder vencer. Em toda a sua carreira júnior, tudo o que você pensa é em vencer. Essa era a mentalidade todo final de semana: ‘Eu preciso vencer, eu preciso vencer’. E então você chega ao seu objetivo final e de repente é tipo, tudo bem, tenho que conseguir o P14 hoje.”
Depois que perdeu sua vaga na F1, Ericsson se mudou para a IndyCar e venceu quatro corridas desde então. “Os primeiros anos você fica tão animado por estar na F1 que eu realmente não me importava muito, era simplesmente super legal, mas então, depois de alguns anos, é realmente difícil. Eu queria vencer de novo, eu queria pelo menos sentir que eu tinha a chance de fazer isso. Uma coisa é talvez não conseguir, mas pelo menos saber em si mesmo que eu posso vencer se eu fizer tudo certo. Isso foi realmente difícil de nem mesmo ter esse sentimento. Lembro de vir para a IndyCar, essa foi uma das coisas mais legais, para realmente saber que eu podia vencer novamente, há uma chance de vencer corridas novamente. Não vai ser fácil, mas há uma chance”, acrescentou.
Ericsson relembrou um de seus momentos mais marcantes na F1, quando pontuou na segunda etapa de 2018, depois de passar dois anos sem terminar entre os dez primeiros. “No meu último ano, em 2018, quando marquei pontos, tivemos um ano muito ruim no ano anterior, não marcamos nenhum ponto, eu não marquei nenhum ponto por tipo dois anos ou algo assim. Estávamos realmente lutando financeiramente na equipe e estávamos realmente em uma situação ruim. Então, lá no Bahrein em 2018, terminei em nono, acho que foi isso, e foi a primeira pontuação da equipe em muito tempo e superei (Charles) Leclerc, que era meu companheiro de equipe na época e marquei os primeiros pontos para a Alfa Romeo (atual Sauber), e esse foi um grande momento para mim e senti muito como uma vitória. Foi muito legal”, completou Ericsson.
Fonte: f1mania