Um homem queimou uma cópia do livro sagrado do Islã do lado de fora de uma mesquita no centro de Estocolmo na quarta-feira (28), primeiro dia do feriado de Eid al-Adha, provocando críticas de muitos países de maioria muçulmana. A manifestação recebeu sinal verde da polícia depois que um tribunal anulou a proibição de um protesto semelhante. O primeiro-ministro sueco, Ulf Kristersson, chamou a decisão de “legal, mas inadequada”.
Em um discurso televisionado para o Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, na sigla em turco), Erdogan descartou o controverso protesto como uma tentativa dos “inimigos do Islã e da humanidade” de semear a discórdia com a permissão da polícia.
“Aqueles que permitem e toleram tais atos desprezíveis não conseguirão realizar suas ambições. Não cederemos à política de ameaças e provocações”, disse o presidente.
O vice-presidente turco, Cevdet Yilmaz, falando em um evento separado na cidade de Adiyaman, argumentou que a queima do livro religioso na Suécia não tinha nada a ver com a liberdade de expressão e exigiu que o país nórdico “tomasse medidas concretas“.
O líder da oposição da Turquia, Kemal Kilicdaroglu, que desafiou Erdogan em uma corrida presidencial recente — apoiado pelo Ocidente — repetiu as críticas à inação da Suécia sobre o que chamou de “crime de ódio”, enquanto o chefe da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, disse que o governo sueco é responsável por suas consequências.
A queima do Alcorão obscureceu ainda mais as perspectivas da Suécia de ingressar na Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) em breve. As objeções à sua adesão por parte da Turquia, um membro da OTAN, vão pesar fortemente sobre a próxima cúpula da aliança em Vilnius, marcada para 11 e 12 de julho.
Fonte: sputniknewsbrasil