Entre marombeiros e fitoterápicos: possíveis benefícios de ‘superalimentos’ são promessas vazias?


Os famosos marombeiros, além de se submeterem a uma série de exercícios complexos, investem também em sua nutrição apostando na “superalimentação”.
A popularização do conceito de superalimento não é recente. O termo começou a ganhar destaque em 2004 e tem raízes ainda mais antigas, com uma estratégia de marketing do início do século XX, que visava promover a banana como um alimento excepcionalmente saudável, apesar da falta de estudos substanciais na época.
Segundo a nutricionista Paula Carretti, ouvida pelo podcast Jabuticaba sem Caroço, da Sputnik Brasil, “o rótulo de superalimento muitas vezes é mais uma questão de marketing do que de ciência. A realidade é que qualquer alimento pode ser promovido dessa forma, independentemente da comprovação científica de seus benefícios”.

Superalimentos × fitoterápicos

Carretti diferenciou claramente superalimentos de fitoterápicos, estes últimos regulados e estudados de maneira rigorosa.
Os fitoterápicos são compostos naturais que possuem comprovações científicas e regulamentações pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), enquanto os superalimentos não necessitam de tais provas.
Em relação à popularidade de alguns fitoterápicos, como a ora-pro-nóbis e a cúrcuma, a nutricionista explicou que sua ascensão muitas vezes se deve mais à influência midiática do que a evidências científicas superiores.
“Embora esses fitoterápicos tenham propriedades benéficas, [o frisson] midiático muitas vezes supera a realidade dos seus benefícios em comparação com outros alimentos igualmente nutritivos“, afirmou.
Ela também abordou a questão dos alimentos in natura e minimamente processados, recomendados pelo Guia Alimentar para a População Brasileira como base para uma dieta equilibrada.

“Não há substituto para uma dieta balanceada e variada. O conceito de superalimento pode atrair a atenção, mas uma alimentação saudável e equilibrada deve ser a prioridade”, arguiu a especialista.

Carretti abordou ainda a questão do estresse, tópico frequentemente negligenciado nas discussões sobre saúde.
“O estresse é um fator significativo que afeta a saúde geral e pode comprometer até mesmo os melhores esforços em dieta e exercícios. A saúde não se resume ao que comemos ou à frequência com que nos exercitamos, mas inclui também a gestão do estresse”, observou.

Plantas medicinais

Angélica Fiut, presidente da Associação Brasileira de Fitoterapia (Abfit), destacou que a fitoterapia vai além da simples incorporação de plantas nos alimentos. “A fitoterapia não se restringe a alimentos; ela abrange o uso de plantas medicinais de várias formas, como chás, cápsulas, xaropes e tinturas”, explicou.
Ela enfatizou que as plantas medicinais podem ser empregadas de maneira diversificada, desde preparações caseiras até produtos farmacêuticos manipulados, sempre com a orientação de um profissional de saúde.
O crescente interesse por fitoterápicos reflete uma mudança significativa na abordagem dos tratamentos de saúde.

“Nos últimos anos, a fitoterapia não só ganhou destaque no campo das terapias alternativas, mas também foi incorporada ao Sistema Único de Saúde [SUS] desde 2006“, destacou Fiut. Esse reconhecimento institucional é reflexo da crescente demanda por abordagens menos invasivas e mais naturais no cuidado com a saúde.

O fenômeno da fitoterapia está intrinsecamente ligado ao aumento da consciência sobre a alimentação saudável e a preferência por produtos menos processados.
Fiut observou que “as pessoas estão cada vez mais buscando alimentos in natura e evitando os ultraprocessados”.
Ainda, informou que “o conceito de superalimento pode se aplicar a diversos alimentos, desde que consumidos de forma regular e dentro de um plano alimentar equilibrado”.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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