Liderada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), uma comitiva brasileira chegou a Riad no último domingo (2) para discutir novos acordos de colaboração com o governo da Arábia Saudita.
Nesta segunda-feira foram assinados acordos de cooperação que atingem áreas como agronegócio, mineração, saúde, defesa e indústria, destacou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
“São inúmeras as áreas em que nós podemos aumentar a parceria no comércio e em investimentos”, sublinhou Alckmin.
Além de Alckmin, do lado brasileiro estiveram presentes o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Carlos Fávaro; a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet; a secretária-geral do Ministério das Relações Exteriores, embaixadora Maria Laura; e o presidente da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), Jorge Viana.
De acordo o governo brasileiro, três memorandos de entendimento (MoUs) foram assinados durante a missão.
O primeiro, entre a ApexBrasil e a maior rede de supermercados do Oriente Médio, LuLu Hypermarket, busca a promoção de alimentos e bebidas produzidos no Brasil no mercado saudita. Os outros dois foram firmados pelo Ministério de Investimento da Arábia Saudita com as gestoras Pátria e EB Capital, “com o objetivo de facilitar negócios”, confirmou o governo.
Já do lado saudita, o grande destaque presente foi Khalid al-Falih, ministro de Investimentos da Arábia Saudita e ex-CEO da petroleira estatal Saudi Aramco.
Segundo Luis Antonio Paulino, professor de relações internacionais e na pós-graduação em ciências sociais da Universidade Estadual Paulista (Unesp), “as relações entre o Brasil e a comunidade árabe são muito importantes e têm uma longa história”, iniciada em 1871, quando Dom Pedro II realizou a primeira viagem ao Oriente Médio.
Em 2022, o volume de negócios entre o Oriente Médio e o Brasil foi de US$ 17,2 bilhões (R$ 90 bilhões), destacou Paulino. Neste ano, com a Arábia Saudita, o comércio bilateral se aproximou de US$ 7 bilhões (R$ 36,7 bilhões).
Hoje, diz o professor, é ainda mais importante fomentar essas relações com a entrada de três países da região no BRICS: Egito, Emirados Árabes e Arábia Saudita. Além disso, ele destaca, as economias brasileira e saudita possuem uma “enorme complementaridade”.
“É, portanto, da maior importância aprofundar nossos laços de cooperação econômica, cultural e política com os países do Oriente Médio.”
Encontros de investidores com o PFI
Além das tratativas governamentais, ocorreu também um encontro de fundos de investimentos brasileiros com o Fundo de Investimento Público (PFI, na sigla em inglês), fundo soberano saudita que é um dos maiores do mundo.
“Vieram inúmeros fundos de investimento do Brasil para este encontro, capitaneados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Este é um dos países mais prósperos, com economia mais dinâmica, um dos maiores fundos de investimentos do mundo”, disse Alckmin.
Segundo o político, o Brasil é um dos maiores receptores de investimentos no mundo, enquanto a Arábia Saudita é uma das economias “que se diversifica e que mais cresce”.
O encontro dedicou boa parte de seu tempo para acordos entre iniciativas privadas dos dois países. Por meio da ApexBrasil, a rede saudita de varejo LuLu Hypermarket participará do projeto Brasil na Vitrine.
Com isso, cerca de 200 produtos brasileiros estarão presentes nas lojas da rede em toda a Arábia Saudita. Só no país são 60 lojas, além de outras 260 espalhadas por toda região do golfo Pérsico.
Atualmente, o mercado árabe já conta com alguns produtos de origem brasileira, em sua maioria provenientes do agronegócio, como frango, açúcar, carne bovina e grãos. “Mas as oportunidades são ainda maiores. Podemos e devemos diversificar, por exemplo, com café e frutas”, disse Fávaro.
“Temos aqui a grande possibilidade de fazermos crescer essa parceria do ganha-ganha, uma mão dupla no comércio e nos investimentos”, concluiu Alckmin.
Alckmin e sua comitiva agora seguem para a China, onde se encontrarão sob mediação da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN) para promover novos acordos bilaterais.
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Fonte: sputniknewsbrasil