Encher o tanque do carro mais vendido do Brasil com gasolina fica R$ 50 mais caro em um ano


De acordo com o último levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), entre 10 e 16 de setembro, o preço médio da gasolina no Brasil foi de R$ 5,84R$ 0,01 a menos que na semana anterior. Entre 11 e 17 setembro de 2022, a média foi de R$ 4,97, portanto, R$ 0,87 ou 17,5% a menos.

Portanto, o motorista que tem uma Fiat Strada, o carro mais vendido do país, gasta atualmente R$ 50,46 a mais para encher o mesmo tanque com gasolina há exatamente um ano.

Confira a tabela abaixo:

Essa conta leva em consideração o valor que o proprietário precisa para completar o tanque de 58 litros da Strada, carro mais vendido dos últimos dois anos no Brasil.

A picape é líder do mercado em 2023, com mais de 73 mil unidades emplacadas até o fechamento de agosto. Os dados são da Fenabrave, associação que representa as concessionárias.

Para conferir a lista dos 50 carros mais vendidos deste mês, basta clicar aqui.

Vale lembrar que a Strada agora tem motor turbo e tanque de combustível de 55 litros. Há um ano, porém, essa versão não existia. Logo, não pode ser usada para o recorte comparativo com 2022.

Se incluirmos o carro de passeio mais vendido do ano até o final de agosto, o Chevrolet Onix, que tem 44 litros de capacidade no tanque, o dono que gastava R$ 218,68 passou a gastar R$ 256,96, — R$ 38,28 a mais.

A cobrança de impostos impulsionou a alta do preço da gasolina. Na semana entre 11 e 17 de setembro de 2022, o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), que é um imposto estadual, ainda permanecia com teto de 18% sobre o preço final do litro nos postos, que oscilava, em média, entre R$ 0,70 e R$ 0,90, dependendo do estado. Os impostos federais, por sua vez, estavam zerados.

Isso aconteceu porque o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, aprovou o Projeto de Lei Complementar (PLP) nº 11, de 2020, que estabeleceu um valor fixo na alíquota e ICMS sobre combustíveis e congelou os impostos federais. Na média das regiões metropolitanas, o imposto era de 29% sobre a gasolina. Com o projeto aprovado, o teto do imposto foi reduzido para no máximo 18% em todo o território nacional. Essa medida continuou valendo no começo de 2023.

Depois de um ano congelados, o Programa de Integração Social (PIS) e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), que são os impostos federais, voltaram a ser cobrados no início de março deste ano. Desde então, os tributos representaram R$ 0,35 no preço final do combustível nos postos, segundo a Petrobras, que não mostra o valor separado de cada imposto, mas sim a soma deles.

Na época, Fernando Haddad, ministro da Fazenda, explicou que a reoneração do combustível seria parcial e dividida em duas partes para que o impacto nos postos não fosse tão forte.

A segunda parte da reoneração aconteceu no dia 29 de junho. Agora, esses tributos federais representam R$ 0,69 (11,8%) dos R$ 5,84 cobrados no litro da gasolina, de acordo com a Petrobras.

Outra medida que fez o preço da gasolina subir neste intervalo de um ano foi a implementação do ICMS único com preço fixo de R$ 1,22, após um ano com teto de 18%. A medida entrou em vigor no início de junho após os estados reivindicarem prejuízos bilionários com o corte na arrecadação.

Antes da taxa fixa entrar em vigor, o imposto estadual tinha média de R$ 1,09 no Brasil pois foi aumentando de pouco em pouco desde o início de janeiro. Agora, esses R$ 1,22 representam 20,9% do valor total do litro da gasolina.

Além dos impostos, o preço da gasolina é composto por: parcela da Petrobras, custo do etanol anidro e distribuição e revenda. Veja a tabela abaixo para entender melhor a composição do preço:

Vale lembrar que neste período de um ano a Petrobras também mexeu na sua política de preços. Após reduzir algumas vezes o valor de revenda para as distribuidoras, em 15 de agosto a estatal promoveu um grande aumento de R$ 0,41 (+16,3%) para as distribuidoras. Deste modo, o valor médio da gasolina foi reajustado de R$ 2,52 para R$ 2,93.

A tendência é de que o preço da gasolina só tenha quedas relevantes caso a Petrobras altere novamente as políticas de revenda para as distribuidoras, pois não há nenhuma previsão de modificação nas alíquotas de impostos estaduais e federais até o final de 2023. De acordo com o IBGE, a inflação oficial do Brasil medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) foi de 4,61% nos últimos 12 meses no Brasil.

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Fonte: direitonews

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