Em uma importante cúpula de líderes empresariais na cidade litorânea de Mar del Plata, uma pesquisa foi feita com 125 executivos de uma ampla gama de setores na qual foram perguntados se desejam que o governo mantenha o peso, mude para um sistema duplo de peso e dólar ou faça uma mudança total para o dólar.
Das 125 pessoas entrevistadas, apenas duas pessoas apoiaram a dolarização total, relata a Folha de São Paulo se referindo à pesquisa feita pela Reuters.
Segundo a mídia, cerca de dois terços dos entrevistados apoiaram um sistema bimonetário. O sistema é proposto pela candidata conservadora, Patricia Bullrich, que é popular entre os líderes empresariais, mas que está em desvantagem nas pesquisas.
Quase um terço dos entrevistados favoreceram a manutenção do peso, apesar de sua recente queda e da inflação de três dígitos no país.
“É realmente desafiador para as empresas sediadas na Argentina pensar em dolarização. Ficamos sem uma âncora para ajustar as variáveis monetárias e as experiências em outros países não têm sido boas”, disse um executivo de alto escalão do setor automotivo que pediu para não ter seu nome revelado, citando problemas enfrentados por outras economias dolarizadas, como Equador e El Salvador.
A forte oposição corporativa ressalta um dos desafios que um possível futuro presidente Javier Milei enfrentaria para levar adiante seus planos para a economia, que também incluem o fechamento do Banco Central, ressalta a Folha.
Já o candidato governista e ministro da Economia, Sergio Massa, apoia a manutenção do peso, mas tem tido dificuldades para reduzir a inflação ou conter a desvalorização da moeda.
Os argentinos votarão em 22 de outubro, com um segundo turno previsto para o mês seguinte, caso nenhum candidato vença já no primeiro turno.
Fonte: sputniknewsbrasil