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O número de pessoas empregadas na indústria brasileira alcançou 8,5 milhões em 2023, marcando o quarto ano consecutivo de crescimento e o maior patamar desde 2015. Os dados são da Pesquisa Industrial Anual (PIA) – Empresa e Produto, divulgada nesta quarta-feira (25) pelo IBGE.
Do total de trabalhadores, 8,3 milhões (97,2%) estavam nas indústrias de transformação e 239,9 mil nas indústrias extrativas. Apesar da recuperação recente, o setor ainda registra queda de 3,1% em relação a 2014, o que representa 272,8 mil postos a menos — reflexo principalmente da perda de vagas nas indústrias de transformação.
Na comparação com 2015, quando o setor empregava 8,1 milhões de pessoas, o avanço é evidente. “Atingimos em 2023 o maior número de ocupados na indústria em oito anos”, destacou o IBGE.
Alimentos lideram criação de vagas
O principal motor do crescimento do emprego industrial nos últimos anos foi o setor de alimentos, responsável por 373,8 mil novos postos entre 2019 e 2023 — o maior crescimento entre todas as atividades. Também se destacaram os segmentos de manutenção e reparação de máquinas e equipamentos (+97,6 mil vagas) e fabricação de máquinas e equipamentos (+66,6 mil).
Salários estagnados
Apesar do aumento no número de empregos, os salários pagos pelo setor industrial pouco evoluíram. A remuneração média mensal foi de 3,1 salários mínimos em 2023, mesmo valor registrado em 2021 e 2022. O número é inferior ao de 2013, quando a média era de 3,4 salários mínimos.
A queda salarial foi registrada em 25 das 29 atividades industriais analisadas. Nas indústrias extrativas, houve leve aumento, de 5,2 para 5,3 salários mínimos. Já nas indústrias de transformação, o valor permaneceu estável em três salários mínimos pelo terceiro ano consecutivo.
O maior salário médio foi verificado na extração de petróleo e gás natural: 17,9 salários mínimos, o equivalente a cerca de R$ 27,1 mil.
Empresas menores e mercado mais pulverizado
A pesquisa do IBGE também aponta uma redução no porte médio das empresas industriais. O número médio de trabalhadores por empresa caiu de 26, em 2014, para 23, em 2023. A queda foi mais acentuada nas indústrias de transformação, que passaram de 26 para 22 empregados por unidade. Nas indústrias extrativas, houve leve alta, de 33 para 35 empregados.
Outro dado relevante é a diminuição da concentração de receita nas grandes empresas. Embora as companhias com 500 ou mais funcionários ainda representem 67,9% da receita líquida de vendas da indústria, esse percentual caiu 0,1 ponto percentual em uma década. As oito maiores empresas do setor concentraram 22% do valor de transformação industrial em 2023.
Maior número de empresas da história
O Brasil fechou 2023 com o maior número de empresas industriais da série histórica iniciada em 2007. Foram 376,7 mil empresas com ao menos um empregado, que juntas geraram R$ 6,5 trilhões em receita líquida de vendas. O valor de transformação industrial somou R$ 2,4 trilhões, dos quais 88,6% vieram das indústrias de transformação.
Fonte: gazetabrasil