Na área sul, onde mais de um milhão de palestinos estão abrigados, Tel Aviv lançou panfletos mostrando fotos de 33 reféns com seus nomes e instando os deslocados a fazerem contato. “Você quer voltar para casa? Por favor, ligue se reconhecer um deles“, diziam os folhetos que também listavam um número de telefone e um link para um site contendo imagens e nomes dos reféns em árabe.
“Eles estão pedindo ajuda às pessoas porque não conseguem chegar aos seus reféns por causa da resistência. Acabe com a guerra, [Benjamin] Netanyahu, e recupere o seu povo”, disse Abu Ali, um residente do norte de Gaza ouvido pela agência Reuters.
Nestes últimos dois dias, combatentes palestinos lutaram contra tanques que tentavam avançar para os subúrbios orientais da área de Jabalia, no norte de Gaza, relata a mídia.
Na zona sul de Khan Younis, onde Tel Aviv afirma ter expandido suas operações, testemunhas disseram que tanques bombardearam áreas ao redor do Hospital Nasser durante a noite, descrevendo o bombardeamento como o mais intenso em muitos dias.
O Ministério da Saúde de Gaza disse que os ataques israelenses mataram 165 pessoas e feriram outras 280 nas últimas 24 horas, um dos maiores números de mortos em um único dia em 2024.
Mais de 100 reféns dos cerca de 253 capturados pelo Hamas em 7 de outubro foram libertados durante uma trégua de curta duração em novembro passado. Israel diz que 132 permanecem em Gaza, 27 dos quais foram mortos no cativeiro.
Também neste sábado (20), famílias de reféns acamparam em frente à residência do premiê Benjamin Netanyahu na cidade costeira de Cesaréia, expressando frustração com a aparente falta de progresso de seu governo na libertação dos mais de 100 cativos.
Na sexta-feira (19), Eli Shtivi, pai de Idan de 28 anos que está detido pelo Hamas, iniciou o que chamou de greve de fome em frente à casa de Netanyahu, segundo a ABC News.
Shtivi, cujo filho estava entre as pessoas sequestradas em um festival de música no sul de Israel, prometeu comer apenas um quarto de pão pita por dia – para mostrar quão pouca comida alguns reféns recebiam em alguns dias – até que o primeiro-ministro concordou em se encontrar com ele.
“Ele precisa escolher um [acordo] e acabar com a saga dos reféns”, disse Stivi.
Gadi Eisenkot, ex-chefe do Exército israelense que é um dos cinco membros do Gabinete de Guerra, questionou a insistência de Netanyahu de que apenas a violenta ofensiva aérea e terrestre de Israel traria os reféns para casa.
The Families of the IDF war prisoners in Gaza are spending the night in tents outside Netanyahu’s house. pic.twitter.com/ciQr9WEOFx
— m.m🔻🔻🔻 (@memike22773) January 20, 2024
As famílias dos prisioneiros de guerra das FDI em Gaza passam a noite em tendas fora da casa de Netanyahu
Em sua visão, afirmar que os reféns poderiam ser libertados sem um acordo e um cessar-fogo “é espalhar ilusões”. O filho de Eisenkot foi morto em dezembro durante operações das Forças de Defesa de Israel (FDI) em Gaza.
Fonte: sputniknewsbrasil