Um estudo publicado nessa segunda-feira (12/9) no Journal of Clinical Psychiatry mostra novas evidências de que a ketamina – um anestésico hospitalar, também considerado psicodélico, devido aos seus efeitos dissociativos – contribui para a redução significativa dos sintomas da depressão. O medicamento é considerado uma terapia experimental promissora para o tratamento de distúrbios de saúde mental e uma estratégia para pessoas resistentes às terapias convencionais para tratar a doença.
Ao longo de um ano, pesquisadores da MindPeace Clinics, uma clínica que usa ketamina na Virgínia, nos Estados Unidos, avaliaram o uso da substância em 400 pacientes. Aproximadamente 70% dos participantes demonstraram melhorias no humor e 38% deles disseram não sofrer mais nenhum sintoma de depressão após dez infusões. Após 15 sessões, os episódios de ideações suicidas diminuíram pelo menos 85%.
Os voluntários já haviam tentado outra forma de tratamento médico para depressão ou ideação suicida antes de participar do estudo. Cada um deles recebeu seis infusões de 0,5 miligramas de ketamina a cada 21 dias.
Estudos anteriores mostraram que a ketamina pode equilibrar os neurotransmissores, reconstruir conexões neurais mais fortes e alterar os processos de humor. Em 2019, a agência Food and Drug Administration (FDA), equivalente à Anvisa nos EUA, aprovou o uso da escetamina, um spray nasal derivado da ketamina, para pessoas com depressão resistente ao tratamento.

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Para receber diagnóstico e iniciar o tratamento adequado, é muito importante consultar um psiquiatra ou psicólogo. Assim que você perceber que não se sente tão bem como antes, procure um profissional para ajudá-lo a encontrar as causas para o seu desconfortoGetty Images
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Limitações do estudo
Os autores da pesquisa reconhecem que ela apresenta algumas limitações. Não foi feito um sistema de rastreio de efeitos colaterais entre os participantes, por exemplo. Os pacientes foram acompanhados apenas por ligações de enfermeiras após as infusões.
Como anestésico, o uso da ketamina se restringe ao uso hospitalar, com doses limitadas para evitar reações adversas como aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca, parada respiratória, náusea e vômitos, e dissociação, um estado alterado de percepção.
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