Em ata, Copom fala em crescimento de gastos públicos e defende disciplina fiscal


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O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, na ata publicada nesta terça-feira (12), indicou que o enfraquecimento das reformas estruturais e da disciplina fiscal tem gerado impactos significativos no mercado, especialmente em relação aos preços de ativos e às expectativas econômicas.

O comitê também votou, de forma unânime, pelo aumento de 0,5 ponto percentual na taxa básica de juros, elevando a Selic para 11,25% ao ano. Essa decisão foi tomada na reunião do dia 6 de novembro.

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Durante a reunião, o Copom destacou as dificuldades em estabilizar a dívida pública, que são causadas por aspectos estruturais do orçamento. A redução no crescimento dos gastos públicos também foi um fator relevante na decisão. Para o Comitê, uma política fiscal robusta, que se baseie em regras previsíveis e transparência, é essencial para ancorar as expectativas de inflação e reduzir os riscos financeiros, o que, por sua vez, impacta diretamente a política monetária.

O Copom também apontou que o cenário atual, com pressões no mercado de trabalho e o aumento das projeções de inflação, exige uma postura monetária mais rigorosa. Em razão disso, o comitê optou por um aumento mais significativo na taxa Selic.

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Além disso, a ata revelou que as projeções para a inflação indicam que o índice encerrará o ano acima da meta de 3%, com um intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual, podendo alcançar até 4,5%. O Comitê reforçou a ideia de que o enfraquecimento das reformas estruturais, o aumento do crédito direcionado e as incertezas sobre a estabilização da dívida pública podem elevar a taxa de juros neutra da economia.

O Boletim Focus do Banco Central, divulgado na segunda-feira (11), apontou expectativas de inflação de 4,62% para 2024 e de 4,1% para 2025. O Copom observou que a desancoragem das expectativas de inflação é um fator de “desconforto comum” entre todos os membros do comitê.

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Em relação ao cenário externo, o comitê destacou que a conjuntura econômica nos Estados Unidos continua incerta, o que gera dúvidas sobre o ritmo da desaceleração e da desinflação, afetando a política monetária do Federal Reserve. O cenário internacional também apresenta menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, o que exige maior cautela, especialmente de países emergentes.

No cenário doméstico, o Copom observou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho seguem mostrando dinamismo. A ata também mencionou que o preço do petróleo deve seguir a curva futura pelos próximos seis meses, aumentando 2% ao ano depois desse período. Além disso, o Comitê considerou a hipótese de bandeira tarifária “amarela” para os anos de 2024 e 2025.

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Por sua vez, o governo federal está preparando um pacote de cortes de gastos para garantir o cumprimento do arcabouço fiscal em 2024. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as medidas devem ser enviadas ao Congresso Nacional até quinta-feira (14). O pacote será encaminhado por meio de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) e de um projeto de lei complementar. As reuniões com os ministérios da Saúde, Educação, Previdência, Trabalho e Desenvolvimento Social, que são responsáveis pela maior parte do orçamento federal, já foram concluídas. Haddad também informou que outro ministério será incluído no corte, e a CNN apurou que o Ministério da Defesa está entre as pastas que podem ser afetadas.

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Fonte: gazetabrasil

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