Com mais de 90% dos votos apurados, Noboa teve 44,3% da preferência do eleitorado, e sua rival 43,8%, segundo as autoridades. Em terceiro lugar ficou o líder indígena Leonidas Iza, com pouco mais de 5%.
De acordo com o analista internacional Decio Machado, em conversa com a Sputnik, a jornada eleitoral transcorreu com tranquilidade, apesar de um clima de tensão.
“Havia medo dentro do que é um país militarizado, com violência verbal, o tema do narcotráfico e a dúvida em relação à aceitação da decisão do povo”, afirmou ele. Seu destaque é que para o governo de Noboa o resultado foi uma surpresa:
“Eles achavam que o oficialismo venceria no primeiro turno, e tudo terminou em um empate técnico que leva ao segundo turno. Agora, o governo tem problemas sérios, porque quase davam o correísmo como morto.”
Um dos fatores-chave será o voto jovem, que no primeiro turno se inclinou para Noboa, embora, segundo Machado, seja volátil, podendo mudar no segundo turno.
“Tanto Noboa quanto seus eleitores apresentaram um discurso ultratriunfalista. Agora começam as dúvidas, apesar dos 45 dias que ele tem”, alertou.
Por fim, o analista ressaltou que a estratégia do governo tem sido uma campanha permanente, acelerando a resolução de problemas pendentes em seguridade social, saúde e emprego em plena disputa eleitoral.
“Eles começaram a resolver esses pendentes nestes meses de campanha, não nos 14 meses anteriores de gestão. Querem parecer o melhor governo do mundo”, concluiu Machado.
Para ser eleito em primeiro turno como presidente no Equador, o vencedor precisa de 50% dos votos válidos ou 40% com uma vantagem de pelo menos 10 pontos sobre o segundo colocado.
No Equador, o voto é obrigatório para pessoas entre 18 e 65 anos, e a abstenção implica uma multa de US$ 47 (R$ 273), correspondente a 10% do salário médio.
O próximo presidente do Equador tomará posse em 24 de maio para um mandato de quatro anos.
Fonte: sputniknewsbrasil