Uruguai
“[Há] a questão de um excesso de prudência dos candidatos, de não procurar realizar grandes transformações, sobretudo no âmbito econômico social. Além de também haver certa identificação de um despertar da despartidarização e do desinteresse de parte da sociedade, sobretudo de jovens”, comentou ela.
“Os resultados desta eleição foram menores do que os resultados da eleição do ano de 2004, em que o governo de Tabaré Vázquez, o Frente Amplia, ganhou na primeira volta”, acrescentou o professor.
“Realmente vai ser uma segunda volta muito pareja [disputada, em tradução livre]. Vai ser uma briga muito forte, no sentido de voto por voto”, acrescentou o historiador.
Uruguai e o Mercosul
“A política do partido nacional, o partido de Álvaro Delgado, continua nessa linha de atrair inversões para o Uruguai de qualquer fonte, e também procurar, por que não, tratados de livre-comércio, por exemplo, com a China”, comentou Osowicki.
“[…] Em termos de integração regional, nas propostas do Orsi há maior aproximação com essa perspectiva de que é importante a gente se integrar regionalmente”, comentou.
“Andrés Ojeda é parte fundamental dessa coalizão, mas obviamente não alcança, os votos não alcançam. Entre Álvaro Delgado e Andrés Ojeda, eles estariam com quase 43%. Há também 4% de votos anulados, o que é bastante.”
“A questão da segurança pública é uma das que mais aparece nas pesquisas de opinião […]. O Uruguai está enfrentando um problema muito sério com o narcotráfico. Só para a gente ter uma ideia com relação às taxas de homicídio, cerca de 10 em 100 mil habitantes estão sendo comprometidos por essa questão”, apontou Coan.
“Antes, o Uruguai era somente um ponto de passagem da droga entre a América e a Europa. Hoje, o Uruguai não é somente um ponto de passagem, mas também um lugar onde grandes narcotraficantes têm negócio.”
Chile
“A gente vê isso em vários lugares aqui da América Latina. Acho interessante a gente observar e acompanhar esses movimentos, porque eles são transnacionais […] Também observar os outsiders, que se colocam como se fossem fora da política, que se utilizam das redes sociais que procuram captar jovens com mensagens um pouco mais simplificadas justamente para conseguir tornar problemas complexos como se tivessem soluções simples. E não é isso”, diz Coan.
“Quase tudo no Chile é privatizado e muito caro. No caso das universidades, isso não é diferente. Então os jovens têm se endividado cada vez mais para conseguir fazer um curso de graduação. Somado a isso, há também os idosos, que foram para as ruas também agora dizendo um pouco dessa dificuldade com a previdência social.”
Fonte: sputniknewsbrasil