‘Ele nega a realidade’ e ‘permanece no purgatório político’: Biden não convence após nova entrevista


As edições concordam que o presidente não conseguiu acalmar as dúvidas do eleitorado sobre as suas capacidades cognitivas nem vai acabar com as vozes que lhe pedem o abandono da corrida.
Depois de oito dias difíceis para a campanha de reeleição do presidente Joe Biden, o mandatário deu finalmente a sua primeira entrevista pública.
O presidente dos EUA, Joe Biden, e o ex-presidente dos EUA e candidato presidencial republicano Donald Trump participam do primeiro debate presidencial das eleições americanas de 2024, nos estúdios da CNN em Atlanta, Geórgia, em 27 de junho - Sputnik Brasil, 1920, 02.07.2024

Embora Biden, de 81 anos, tenha repetido na entrevista que permaneceria na corrida presidencial e negado que tivesse problemas cognitivos, os meios de comunicação norte-americanos, mesmo alguns dos mais alinhados com o Partido Democrata, não se deixaram convencer por seu desempenho.
Em uma nota intitulada “A entrevista de Joe Biden na ABC estancou a hemorragia ou prolongou-a?”, o The New Yorker questiona o desempenho do presidente na entrevista, concluindo precisamente que o seu fraco desempenho “prolongará a hemorragia de sua campanha” e que falhou em sua missão de tentar tranquilizar os eleitores democratas e as vozes que pedem a sua desistência.

A revista diz ainda que embora Biden quisesse mostrar “convicção política” na entrevista, a única coisa que conseguiu foi confirmar que o presidente está em “negação” sobre a realidade da sua condição física e mental, o estado da sua campanha e até mesmo suas chances eleitorais.

“Foi surpreendente ouvir o presidente repetir as mesmas velhas frases, como se não tivesse passado pea crise dos últimos oito dias”, observa o veículo, acrescentando que estava claro que Biden tinha pouco desejo de aprender quaisquer lições do seu debate com Trump.
Além disso, o The New Yorker afirma que embora não parecesse tão perdido como no palco no duelo televisivo da semana passada, Biden não exibiu durante a entrevista “o tipo de presença ágil e imponente que silenciaria o coro dos democratas que o querem fora da corrida“.

“A entrevista durou 22 minutos, surpreendentemente curta para um momento tão dramático, em que Biden e seus assessores foram acusados ​​de se esconder da imprensa, e o presidente teria se beneficiado se se mostrasse com mais energia e força”, observa o The New Yorker, concluindo que apesar da tentativa de seus assessores de mudar a narrativa com a entrevista, “Biden permanece no purgatório político“.

Por seu lado, o The Economist publicou uma avaliação similar, afirmando que a nova entrevista não conseguiu livrar os democratas da situação problemática em que se encontram antes das eleições de novembro.
Joe Biden em evento de campanha na sede do United Steelworkers, sindicato em Pittsburgh, Pensilvânia. EUA, 17 de abril de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 28.06.2024

Em nota intitulada “A entrevista de Joe Biden à ABC não dissipa dúvidas sobre o seu futuro”, os meios de comunicação salientam que o presidente evitou responder a algumas das questões mais sensíveis, como aceitar se submeter a um teste cognitivo e dar conhecimento dos resultados publicamente, e também mostrou não aceitar que esteja atrás de Trump nas sondagens ou que possa ser um risco para o seu partido.

O perigo para Biden é que, mesmo que consiga se apresentar com mais força daqui em diante, a imagem dele como um velho cambaleante já foi absorvida. Ronald Reagan não ajuda nesse sentido“, alertam, lembrando que, segundo o mais recente inquérito da CBS e da empresa YouGov, 72% dos norte-americanos acreditam que o democrata não tem aptidões físicas ou mentais para desempenhar as tarefas de presidente.

Entretanto, o The New York Times, talvez o meio de comunicação mais próximo do establishment democrata, também criticou a atitude de Biden na entrevista, sublinhando a forma como o chefe de Estado preferiu evitar perguntas e negar a realidade.
“Tudo parece bom no mundo do presidente Biden. Esse debate devastador? Apenas uma noite ruim. Aqueles números terríveis das pesquisas? Eles simplesmente não são precisos. As sombrias previsões eleitorais? Os mesmos velhos pessimistas, errados novamente. Os democratas que querem que ele abandone a candidatura? Ninguém lhe disse isso”, ironiza o jornal.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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