Egito ameaça parar de mediar negociações entre Israel e Hamas, diz mídia


O governo do Egito cogita deixar de atuar como mediador nas negociações entre Israel e o movimento palestino Hamas por um cessar-fogo na Faixa de Gaza, em decorrência da operação lançada pelo Exército israelense contra a cidade de Rafah, no sul do enclave.
A informação foi veiculada pelo The Wall Street Journal, que citou autoridades egípcias contrariadas com o bloqueio de Israel à entrada de caminhões com ajuda humanitária na Faixa de Gaza por meio da passagem de Kerem Shalom. Localizada na fronteira sul do enclave com Israel, a passagem vinha sendo usada há alguns dias como local alternativo à passagem de Rafah para a entrada de ajuda humanitária.

“O Cairo ficou indignado com o fato de Israel tê-lo avisado [do fechamento de Kerem] pouco antes de tomar a passagem da fronteira de Rafah, na semana passada, e ameaçou deixar de atuar como mediador nas negociações e suspender o tratado de paz com Israel”, disseram autoridades egípcias ao jornal.

Palestinos inspecionam casa após ela ter sido atingida por um bombardeio israelense em Rafah. Faixa de Gaza, 20 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 12.05.2024

Ainda segundo o jornal, uma autoridade disse à estação de rádio israelense Kan, em condição de anonimato, que a operação militar israelense em Rafah representa risco ao acordo de paz assinado em 1979, pelos governos de Israel e Egito, o primeiro acordo firmado por Tel Aviv com um país muçulmano. O pacto é considerado um dos pilares da estabilidade regional do Oriente Médio.
Em 1979, Egito e Israel assinaram um tratado de paz mediado pelos Estados Unidos, conhecido como acordos de Camp David. Graças a eles, o Egito recuperou a Península do Sinai, ocupada por Israel em 1967. Após a conclusão do tratado de paz, as partes estabeleceram relações diplomáticas. Os acordos autorizam o Egito a manter um contingente militar limitado na fronteira com Israel.
Em 7 de outubro de 2023, o Hamas lançou um ataque com foguetes em grande escala contra Israel e rompeu a fronteira da Faixa de Gaza, atacando bairros civis e bases militares. Quase 1.200 pessoas em Israel foram mortas e cerca de 240 foram sequestradas durante o ataque.
Israel lançou ataques retaliatórios, ordenou um bloqueio total de Gaza e iniciou uma incursão terrestre no enclave palestino, com o objetivo declarado de eliminar os combatentes do Hamas e de resgatar os reféns. Mais de 35 mil pessoas foram mortas até agora por ataques israelenses na Faixa de Gaza, segundo as autoridades locais. Acredita-se que mais de 100 reféns ainda estejam detidos pelo Hamas em Gaza.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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