Quando cheguei em Cuiabá, no dia 8 de agosto de 1983, não imaginava quão linda era a história que começava a escrever nessa cidade. Uma história, de 39 anos, que ainda não chegou ao fim, mas que, na época, sabia perfeitamente por onde seria o começo: pela educação. Formado em geografia, com especialização em metodologia do ensino, vi no dom de lecionar a oportunidade certa para construir uma carreira profissional.
O ponto de partida foi a E.E. Alcebiades Calhao, no bairro Quilombo, passando por várias outras unidades municipais e estaduais, até chegar na EMEB Profª Pedrosa Morais e Silva, no bairro Novo Paraíso. Foram quase 20 anos dando aulas nos turnos da manhã, tarde e noite, sendo seis como diretor escolar. Um período desafiador da minha vida, com muitas barreiras enfrentadas, e um orgulho imenso que guardo no coração.
Me lembro até hoje da primeira vez que pisei em uma sala de aula. Ainda muito jovem, com 18 anos de idade, comecei em uma turma com alguns alunos idosos, no antigo ginásio. Uma experiência completamente nova, em que foi impossível esconder o nervosismo. Confesso que foi um pouco assustador, pois tinha que dominar os assuntos, falar em público, convencer as pessoas e, principalmente, entender e respeitar o processo de aprendizado de cada uma.
Com o passar do tempo, adquiri mais segurança e o respeito dos alunos. Fui me conhecendo, conhecendo cada estudante e, aos poucos, o que era assustador transformou-se em um prazer diário inexplicável e gratificante. Melhor que essa sensação, somente a alegria que toma conta do meu coração quando encontro um ex-aluno e vejo que, de alguma forma, pude contribuir para seu crescimento pessoal e profissional.
A vida pública me dá a chance de, frequentemente, provar esse sentimento. Andando pelas ruas, vistoriando ou entregando obras, sempre encontro com alguns ex-alunos que hoje são policiais, delegado, médicos. É muito gratificante quando estou com cada um deles e me dizem “Professor eu consegui estudar mesmo morando num bairro periférico. Consegui superar todas as barreiras. Consegui ter uma formação”.
Isso me faz pensar que, mesmo com toda dificuldade, é impossível não dizer que valeu muito a pena ter escolhido ser professor. Encaro cada etapa desse período como aprendizado, rodagem, conhecimento e experiência de vida. Foi a educação que me deu a possibilidade de ocupar meu primeiro cargo de liderança e isso me fez amadurecer. Foi uma preparação para o meu futuro e, talvez, o momento da vida que eu mais aprendi.
Me sinto muito honrado de ser professor, de ter lecionado, de ter sido diretor de escola, de ter trabalhado na área da educação por pelo menos 20 anos. É uma das profissões mais nobres que existem, embora nem sempre seja devidamente valorizada e reconhecida. Por isso, meus amigos professores, saibam que valorizo e respeito muito cada um de vocês, pois sei o quanto é difícil trabalhar na área da educação, especialmente no Brasil.
Sei também que, na condição de vice-prefeito, devo e vou continuar contribuindo para a valorização que o prefeito Emanuel Pinheiro dá para a educação. Estamos em uma gestão que respeita as questões salariais e todos os direitos adquiridos pelos servidores. E é exatamente esse o tratamento que merecem. Vocês merecem toda a gratidão do nosso município, pois são heróis que, com talento e muita força de vontade, geram diariamente uma série de impactos positivos na vida de todo ser humano.
José Roberto Stopa – Prefeito em exercício de Cuiabá