“Os EUA quebraram a obrigatoriedade de trocar o dólar por ouro, então, a dívida americana pode crescer sem esse controle. Já as dívidas de outros países são reguladas a partir desse mecanismo financeiro dos EUA”, afirmou.
“Há um movimento que busca a desdolarização. Isso complicará muito a vida do endividamento eterno e ilimitado dos EUA. O endividamento é um mecanismo de profundo descontrole e instabilidade econômica do próprio capitalismo. Esses países [China e Rússia] tentam se livrar da instabilidade provocada pelo crescimento da massa financeira impagável, que os EUA criam permanentemente para ter o privilégio exclusivo de comprar e gastar sem ter que produzir”, avaliou Sobral.
Efeitos do aumento da taxa de juros pelo Fed no mundo
“Se o título soberano americano, que é considerado o papel de menor risco no cenário internacional, remunera um valor maior, passa a haver pressão sobre a taxa de juros de países emergentes. O impacto no resto do mundo sempre é muito relacionado à elevação da taxa de juros do Fed”, afirmou.
Critérios para dívidas dos outros países ‘não valem para os EUA’
“Para não inundar o mercado de dólares, os EUA podem imprimir títulos públicos e trocar por dólares, papel por papel. O dólar acaba funcionando como título público”, indica o especialista.
“Por isso, os critérios técnicos, econômicos e políticos para as dívidas dos outros países não valem para os EUA”, afirmou.