A assembleia, composta principalmente por representantes da coalizão de Tusk desde as eleições de outubro, rejeitou pela manhã a formação de um governo liderado pelo partido Lei e Justiça (PiS, na sigla em polonês), de direita.
Donald Tusk, líder centrista da oposição na Polônia, teve a bênção do Parlamento depois que o então premiê, Mateusz Morawiecki, do PiS, recebeu voto de desconfiança por parte do Sejm, câmara baixa do Legislativo — o caminho foi facilitado porque o Lei e Justiça perdeu a maioria parlamentar em outubro. A troca na cadeira marcou o fim de oito anos de domínio nacionalista.
Após intensos debates, 266 parlamentares votaram contra o governo proposto por Morawiecki. Apenas 190 votaram a favor, número minoritário para as aspirações da situação. Membros da oposição celebraram com gritos de “Donald Tusk” quando o resultado foi anunciado, enquanto Morawiecki defendia seu histórico e pedia para permanecer no cargo, em meio a pedidos para interromper seu discurso e vaias.
O PiS promovia uma transformação conservadora na Polônia desde 2015, assumindo o controle do Judiciário, da mídia pública, de instituições culturais e de empresas, enquanto restringia os direitos de migrantes, mulheres e pessoas LGBTQIAPN+. Contudo não conseguiu garantir um terceiro mandato inédito na eleição de outubro, que foi influenciada pelos custos de vida, pelo conflito na Ucrânia e pela posição da Polônia na Europa.
Morawiecki havia renunciado após a eleição, mas o presidente Andrzej Duda, aliado do PiS, pediu-lhe para permanecer como interino e tentar formar um novo governo. Isso foi visto como uma tentativa de prolongar o governo derrotado e nomear aliados para cargos estatais.
A votação desta segunda-feira encerrou os esforços do partido derrotado para se manter no poder, deixando Tusk, ex-primeiro-ministro e líder da aliança de oposição Coalizão Cívica, pronto para liderar o novo governo.
Fonte: sputniknewsbrasil