Dólar oscila pouco ante o real com inflação dos EUA, Powell e Galípolo em foco


SÃO PAULO (Reuters) – O dólar à vista oscilava pouco ante o real nesta quarta-feira, à medida que os investidores demonstravam cautela no início de uma sessão marcada pela divulgação de dados de inflação nos Estados Unidos e falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell, e do presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

Às 9h38, o dólar à vista caía 0,01%, a R$5,7676 na venda.

Na B3, o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento tinha baixa de 0,12%, a R$5,780 na venda.

O pregão desta quarta-feira é cheio de potenciais impulsionadores para as negociações, o que gerava um movimento de cautela por parte dos investidores na primeira hora da sessão, uma vez que aguardam o desenrolar do dia marcado por dados econômicos e falas de autoridades.

Na frente de dados, o governo norte-americano divulgará o índice de preços ao consumidor de janeiro às 10h30 (horário de Brasília), com potencial de moldar as perspectivas dos mercados globais sobre a trajetória da taxa de juros do Federal Reserve.

Economistas consultados pela Reuters projetam que o índice teve alta de 0,3% em janeiro na base mensal, de avanço de 0,4% em dezembro, enquanto a taxa em 12 meses subiu 2,9% no último mês, mesmo patamar do mês anterior.

Um resultado acima do esperado pode reduzir ainda mais as expectativas dos mercados por cortes na taxa de juros do Fed neste ano. Operadores já precificam a possibilidade de apenas uma redução de juros neste ano, diante da previsão de dois cortes na projeção mais recente do banco central dos EUA.

A visão do Fed sobre a leitura de inflação pode já ser conhecida nesta quarta, uma vez que o chair Jerome Powell prestará depoimento ao Congresso dos EUA pelo segundo dia, desta vez na Câmara dos Deputados, a partir das 12h.

Na terça-feira, Powell disse a senadores que “não precisamos ter pressa para ajustar nossa postura de política monetária”, reiterando a linguagem usada depois que o Fed manteve a taxa de juros em janeiro e indicou que novos cortes dependerão da queda da inflação e da manutenção da saúde do mercado de trabalho.

“Powell disse ontem que a economia está em uma boa posição. A divulgação dos dados de inflação vão formar os direcionamentos e próximos passos do Fed”, disse Lucélia Freitas, especialista em câmbio da Manchester Investimentos.

Os investidores também acompanham o desenvolvimento dos planos tarifários do presidente dos EUA, Donald Trump, após ele oficializar na segunda-feira a implementação de tarifas sobre as importações de aço e alumínio para o país.

A expectativa é que Trump anuncie tarifas recíprocas nos próximos dias, uma vez que ele tem prometido responder às taxas comerciais impostas por outros países às importações norte-americanas.

O índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — tinha estabilidade, a 107,930.

No Brasil, o destaque do dia fica para comentários de Galípolo no Seminário sobre Política Monetária Brasileira, promovido pelo Instituto de Estudos de Política Econômica/Casa das Garças (IEPE/CdG), no Rio de Janeiro, a partir das 10h.

Mais cedo, o IBGE informou que o volume do setor de serviços do Brasil caiu 0,5% em relação a novembro e teve alta de 2,4% na comparação com o mesmo mês do ano anterior.

Os agentes do mercado também seguem atentos à possibilidade de anúncios de medidas do governo para combater a inflação elevada dos alimentos, que tem preocupado o presidente Luiz Inácio Lula da Silva neste início de ano.

Lula disse nesta quarta, em entrevista à rádio Diário, de Macapá, que a economia brasileira vai crescer e a inflação está controlada, prevendo ainda que 2025 será “um grande ano”.

 

(Por Fernando Cardoso)

Fonte: noticiasagricolas

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