Documentário inédito mostra detalhes da construção da sede da Procuradoria-Geral da República, em Brasília


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Produzido pela Secom, vídeo traz depoimentos de arquitetos, engenheiros, membros e servidores do MPF que executaram o projeto de Niemeyer


Print: Secom/MPF

Um prédio que parece flutuar. Essa foi a ideia do arquiteto Oscar Niemeyer para a concepção da nova sede da Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília, inaugurada em 15 de agosto de 2002. Exatamente há 20 anos. E para marcar a data tão singular para o Ministério Público Federal (MPF), a Secretaria de Comunicação (Secom) do MPF, com o apoio da Chá com Nozes, produziu o documentário Do Traço à Realidade: A História da Sede da Procuradoria-Geral da República Projetada por Niemeyer, que revela os detalhes da engenharia empregada no complexo e os desafios do ponto de vista histórico para a instituição. O curta-metragem foi lançado junto com a segunda edição do livro com o mesmo título, em evento comemorativo realizado nessa segunda-feira (15), no Auditório Juscelino Kubitschek, na PGR.

Por meio de imagens e relatos, as duas produções mostram o trabalho de diversos profissionais de arquitetura e engenharia, além de servidores e membros do MPF para efetivar a construção do complexo da PGR na capital federal. “O documentário é um registro importante para que as gerações presente e futura saibam que esse edifício, símbolo de Brasília e do Ministério Público Federal brasileiro, é a casa da sociedade, da defesa da democracia e da ordem”, ressalta o procurador-geral da República, Augusto Aras.

Tanto o livro quanto o documentário contam que o primeiro passo para a construção do novo prédio foi dado em 1995 pelo então procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, que solicitou o projeto ao arquiteto Oscar Niemeyer. O pedido era para que a nova estrutura atendesse as necessidades da instituição que vivia um novo momento, com funções e atribuições definidas pela Constituição Federal de 1988.

“O Oscar dizia: podem gostar da minha arquitetura ou não. Eu só não quero que digam que já viram algo parecido na esquina”, revela, no documentário, o engenheiro responsável pelo projeto, José Carlos Sussekind. É inquestionável que o edifício projetado por Niemeyer seguiu essa regra. Trata-se de uma obra modernista, sem pilares, com fachadas curvas e cobertas por espelhos.

Estrela de oito pontas – No documentário, o arquiteto Jair Valera e o engenheiro calculista Mário Terra, profissionais a serviço do escritório de Niemeyer nesse projeto, recordam detalhes sobre as singularidades do desenho da PGR, como por exemplo, a do bloco A do complexo, onde ficam os gabinetes dos subprocuradores-gerais da República. Com uma estrela de concreto de oito pontas no topo, o prédio tem um grande diferencial arquitetônico: é uma estrutura protendida, em que a transferência das cargas das lajes, vigas e pilares vão de baixo da edificação para o topo, ao contrário da sustentação convencional, cujos esforços vão de cima para baixo, até as fundações. É a estrela que garante a sustentação do bloco, cujo design gera a percepção de que o prédio está flutuando.

Sobre a execução do projeto, servidores do MPF, como Marco Antônio Bichara, analista de engenharia, que atuou como responsável pela fiscalização da obra, dão depoimentos no documentário. “No dia em que retiramos as colunas metálicas que, até então, estavam sustentando o prédio, vimos a prova maravilhosa da engenharia e da arquitetura que foram colocadas nessa edificação”, revela o servidor.

Trajetória – Também participa do documentário o ex-PGR Roberto Gurgel, que conta sobre os locais que abrigaram as unidades do MPF ao longo dos anos. “Órgãos do MPF funcionavam em diferentes prédios, como o do Ministério da Saúde e o do Ministério da Indústria e Comércio. A PGR funcionava no Dasp [Departamento de Administração do Serviço Público]. Com sua estrutura espalhada, a impressão era a de que um órgão que não possuía um prédio próprio não era relevante”, destaca Gurgel.

Foi apenas em 1982, duas décadas após o início de seu funcionamento em Brasília, que a PGR foi transferida para um prédio próprio, localizado na Avenida L2 Sul, que foi adaptado para receber o órgão. Com o tempo, o espaço também ficou pequeno e alguns setores tiveram de ser  instalados em outros locais. Em 2002, com a inauguração da atual sede, a Procuradoria-Geral da República passou a ter ambiente próprio, com prédios projetados e construídos de acordo com as necessidades da instituição.

A publicação que conta a história do prédio e dos 20 anos da edificação estão disponíveis na página especial sobre o edifício, que disponibiliza, ainda, uma galeria de fotos. O livro também foi traduzido para inglês e espanhol. O documentário pode ser assistido no Canal MPF, no YouTube.

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