Bom dia a todas e a todos.
Gostaria de saudar:
Vice-Presidente da República, Geraldo Alckmin;
Embaixador André Corrêa do Lago, Presidente da COP30;
Mukhtar Babayev, Presidente da COP29;
Simon Stiell , Secretário-Executivo da UNFCCC;
Rafael Dubeux , do Ministério da Fazenda, representando o Ministro Fernando Haddad;
Sônia Guajajara, Ministra dos Povos Indígenas;
Ministros, negociadores e representantes da sociedade civil, senhoras e senhores.
É uma honra apresentar, nesta abertura da Pré-COP30, um breve relato sobre o Círculo do Balanço Ético Global, um dos quatro Círculos de mobilização da Presidência da COP30, ao lado dos Círculos dos Presidentes de COPs, dos Ministros das Finanças e dos Povos.
O Balanço Ético Global, ou BEG, foi concebido sob a liderança do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres. Conta com uma Secretaria Executiva compartilhada entre o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, o Ministério das Relações Exteriores e a Secretaria-Geral da Presidência da República.
Inspirado no Balanço Global do Acordo de Paris, o BEG nasceu da convicção de que a ética não pode ser vista como um recurso retórico no debate climático. A ética é, sobretudo, um de seus principais fundamentos.
A ética é o que dá sentido à ação. É o que nos lembra que enfrentar a emergência climática é também enfrentar uma crise moral e civilizatória. O BEG propõe um espaço de escuta da sociedade global sobre a articulação entre decisões políticas e a urgência de implementá-las, sob uma perspectiva ética.
Ele amplia a agenda climática para incorporar dimensões culturais, raciais, intergeracionais e territoriais — reconhecendo que a transição necessária é tanto técnica quanto dos princípios e valores humanos. Ao longo dos últimos meses, o BEG mobilizou seis Diálogos Regionais, realizados em todos os continentes, sob a liderança de colíderes de grande referência ética:
• Mary Robinson,
• Michelle Bachelet,
• Kailash Satyarthi,
• Wanjira Mathai,
• Anote Tong e;
• Karenna Gore.
Além desses encontros oficiais, foram realizados: 56 Balanços Éticos Globais Autogestionados em 15 países e 20 nacionalidades, registrados na plataforma Brasil Participativo.
Esses encontros autogestionados reuniram 3.724 pessoas, de diferentes faixas etárias, com destaque para os jovens entre 15 e 35 anos (que são aqueles que mais sentirão os efeitos das nossas ações — ou da nossa inércia).
Os Diálogos foram guiados por perguntas simples e profundas:
• como unir ciência moderna e saberes tradicionais?;
• como reformar modelos de produção e consumo, assegurando que essas transições sejam feitas de forma justa e planejada?;
• como garantir financiamento e meios de implementação aos países em desenvolvimento?;
• como resgatar cultura e espiritualidade como força ética na relação com a natureza?; e
• como integrar tomada de consciência à necessária urgência na ação, lembrando que a emergência climática não nos dá o tempo que as mudanças culturais normalmente exigem?
Respondendo a esse amplo chamado reflexivo, as mensagens do Balanço Ético Global foram claras: fortalecer o multilateralismo e valorizar a diversidade não são meras escolhas — são um imperativo ético.
Durante a Semana do Clima em Nova York, entregamos ao Presidente Lula os sumários executivos dos Diálogos Regionais.
E agora, nesta Pré-COP, apresentaremos o Relatório Global, conectando as recomendações do BEG a temas centrais da COP30:
• Transição justa;
• Adaptação climática;
• Financiamento e meios de implementação;
• Sinergias entre clima, biodiversidade e desertificação; e
• Cultura e ação climática.
Senhoras e senhores,
O Balanço Ético Global é, acima de tudo, um convite à esperança. Ele nos lembra que a ação climática só será eficaz se também for ética. E que não haverá liderança global sem liderança moral.
Que a COP30 possa se constituir como o grande mutirão da implementação dos acordos até aqui alcançados. Que o BEG e os demais círculos de mobilização da COP30 possam contribuir para que ela entre para a história das COPs como a base fundante de um novo marco referencial.
O marco referencial que ajudou a evitar os pontos de não retorno: tanto do clima quanto do multilateralismo climático.
Muito obrigada!
Fonte: gov.br