A recente descoberta dos arqueólogos em Khirbat Ibreika em um túmulo romano dos séculos I e II d.C., lança nova luz sobre os costumes funerários e influências culturais da época. A escavação revelou oito túmulos de cista — caracterizados por uma estrutura retangular feita de lajes de pedra, um dos quais continha esses artefatos funerários únicos.
© Foto / Atiqot/A. PeretzInterior do Túmulo T6, com os objetos de bronze em sua extremidade sul, na direção sul; há ainda um acúmulo de vasos de vidro dos séculos I a II d.C. no centro
Interior do Túmulo T6, com os objetos de bronze em sua extremidade sul, na direção sul; há ainda um acúmulo de vasos de vidro dos séculos I a II d.C. no centro
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Os discos de bronze, detalhados em um artigo da Autoridade de Antiguidades de Israel, são meticulosamente trabalhados com cabeças de leão em alto-relevo. Diferente de outras alças com cabeça de leão, os anéis desses discos estão fixados no vértice da cabeça do leão, não na boca. Vestígios de juntas e perfurações indicam que os discos estavam presos a um caixão de madeira com pregos de ferro.
© Foto / Atiqot/D. GazitAs quatro alças de bronze em forma de cabeça de leão de Khirbat Ibreika
As quatro alças de bronze em forma de cabeça de leão de Khirbat Ibreika
© Foto / Atiqot/D. Gazit
A presença dessas alças ornamentadas levanta questões sobre sua função e simbolismo. Embora cabeças de leão fossem comuns em aldravas (peças metálicas fixadas em portas) e móveis romanos, sua aplicação em caixões funerários, especialmente com anéis no vértice, parece significativa. Pesquisadores sugerem que as alças robustas podem ter sido usadas para carregar ou baixar o caixão na sepultura.
O simbolismo da cabeça de leão, representando força, coragem e nobreza, pode indicar o status social do falecido ou oferecer proteção simbólica na vida após a morte. O artigo traça paralelos com outras descobertas de discos de bronze com cabeças de leão na Palestina romana, destacando a distribuição geográfica desses artefatos.
Com 40 artefatos semelhantes registrados no Tesouro do Estado de Israel, a produção e uso desses discos parecem localizados na região da Síria-Palestina. Achados em Khirbat Ibreika e Tel Dor estendem a distribuição desses artefatos mais ao sul, até a planície de Sharon e Emeq Ḥefer.
Embora o centro exato de fabricação permaneça desconhecido, a descoberta em Khirbat Ibreika contribui para o entendimento dos costumes funerários romanos e suas influências culturais na região.
Fonte: sputniknewsbrasil