No Brasil, 588 mil pessoas estão convivendo com a diabetes do tipo 1. A estimativa é da plataforma T1DIndex, desenvolvida pela Fundação de Pesquisa em Diabetes Juvenil, em parceria com instituições e especialistas do mundo inteiro, para qualificar as informações sobre os casos da doença no mundo.
A diabetes do tipo 1 atinge principalmente crianças e adolescentes e ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina, impedindo o organismo de converter os alimentos em energia. Segundo o levantamento, a cada ano, o número de casos no país aumenta cerca de 5%.
O estilo de vida da população, cada vez menos saudável, pode explicar o aumento da incidência da doença entre os brasileiros, afirma o médico pós-graduado em endocrinologia e metabologia da clínica Tivolly, Bruno Babetto.
“O que temos observados, nos últimos anos, é que as pessoas estão comendo mal, ficando mais sedentárias e, assim, cada vez mais propícias a infecções virais, bacterianas e fúngicas. Tudo isso impacta nas células betas pancreáticas – que participam da produção de insulina – e, consequentemente, no desenvolvendo do diabetes tipo 1”, explica o médico.
A diabetes pode levar à morte. Segundo a plataforma T1DIndex, só neste ano, 235 mil pessoas no país perderam a vida por causa da versão do tipo 1. Além disso, um a cada nove morreram jovens sem saber que estavam com o problema, totalizando 2,4 mil falecidos sem o devido diagnóstico.
“O dado é alarmante porque aponta uma realidade muito grave de diagnóstico tardio e até mesmo feito de forma errada. Com isso, o tratamento com insulina é postergado ou não realizado, gerando complicações crônicas em rins, olhos, nervos e com o tempo, no coração”, completa Babetto.

A diabetes é uma doença que tem como principal característica o aumento dos níveis de açúcar no sangue. Grave e, durante boa parte do tempo, silenciosa, ela pode afetar vários órgãos do corpo, tais como: olhos, rins, nervos e coração, quando não tratadaOscar Wong/ Getty Images

A diabetes surge devido ao aumento da glicose no sangue, que é chamado de hiperglicemia. Isso ocorre como consequência de defeitos na secreção ou na ação do hormônio insulina, que é produzido no pâncreasmoodboard/ Getty Images

A função principal da insulina é promover a entrada de glicose nas células, de forma que elas aproveitem o açúcar para as atividades celulares. A falta da insulina ou um defeito na sua ação ocasiona o acúmulo de glicose no sangue, que em circulação no organismo vai danificando os outros órgãos do corpoPeter Dazeley/ Getty Images

Uma das principais causas da doença é a má alimentação. Dietas ruins baseadas em alimentos industrializados e açucarados, por exemplo, podem desencadear diabetes. Além disso, a falta de exercícios físicos também contribui para o malPeter Cade/ Getty Images

A diabetes pode ser dividida em três principais tipos. A tipo 1, em que o pâncreas para de produzir insulina, é a tipagem menos comum e surge desde o nascimento. Os portadores do tipo 1 necessitam de injeções diárias de insulina para manter a glicose no sangue em valores normaisMaskot/ Getty Images

Já a diabetes tipo 2 é considerada a mais comum da doença. Ocorre quando o paciente desenvolve resistência à insulina ou produz quantidade insuficiente do hormônio. O tratamento inclui atividades físicas regulares e controle da dietaArtur Debat/ Getty Images

A diabetes gestacional acomete grávidas que, em geral, apresentam histórico familiar da doença. A resistência à insulina ocorre especialmente a partir do segundo trimestre e pode causar complicações para o bebê, como má formação, prematuridade, problemas respiratórios, entre outrosChris Beavon/ Getty Images

Além dessas, existem ainda outras formas de desenvolver a doença, apesar de raras. Algumas delas são: devido a doenças no pâncreas, defeito genético, por doenças endócrinas ou por uso de medicamentoGuido Mieth/ Getty Images

É comum também a utilização do termo pré-diabetes, que indica o aumento considerável de açúcar no sangue, mas não o suficiente para diagnosticar a doençaGSO Images/ Getty Images

Os sintomas da diabetes podem variar dependendo do tipo. No entanto, de forma geral, são: sede intensa, urina em excesso e coceira no corpo. Histórico familiar e obesidade são fatores de riscoThanasis Zovoilis/ Getty Images

Alguns outros sinais também podem indicar a presença da doença, como saliências ósseas nos pés e insensibilidade na região, visão embaçada, presença frequente de micoses e infecçõesPeter Dazeley/ Getty Images

O diagnóstico é feito após exames de rotina, como o teste de glicemia em jejum, que mede a quantidade de glicose no sangue. Os valores de referência são: inferior a 99 mg/dL (normal), entre 100 a 125 mg/dL (pré-diabetes), acima de 126 mg/dL (Diabetes)Panyawat Boontanom / EyeEm/ Getty Images

Qualquer que seja o tipo da doença, o principal tratamento é controlar os níveis de glicose. Manter uma alimentação saudável e a prática regular de exercícios ajudam a manter o peso saudável e os índices glicêmicos e de colesterol sob controleOscar Wong/ Getty Images

Quando a diabetes não é tratada devidamente, os níveis de açúcar no sangue podem ficar elevados por muito tempo e causar sérios problemas ao paciente. Algumas das complicações geradas são surdez, neuropatia, doenças cardiovasculares, retinoplastia e até mesmo depressãoImage Source/ Getty Images
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Entenda os tipos de diabetes
Existem dois tipos de diabetes. A diabetes tipo 1 ocorre quando o pâncreas produz pouca ou nenhuma insulina e acomete, geralmente, crianças e adolescentes. Entre os principais sintomas estão sede excessiva, xixi constante, náusea e perda brusca de peso.
A principal forma de tratamento é a aplicação de doses diárias de insulina, dentro de uma rotina de alimentação balanceada e prática regular de atividades físicas.
O outro tipo é a diabetes do tipo 2, que é mais comum e representa cerca de 90% dos casos no país. A tipo 2 ocorre quando o pâncreas não consegue usar a insulina produzida pelo organismo, promovendo uma resistência à ação do hormônio no corpo. É mais comum em adultos.
Os sinais de identificação do tipo 2 são semelhantes aos do tipo 1. A terapia utilizada nestes casos também é a aplicação de insulina e, ainda, outros medicamentos que ajudam a diminuir as taxas de glicose no sangue. Hábitos saudáveis colaboram para o controle do açúcar no sangue.
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