“Todos esses países passaram a adotar o idioma árabe como a língua deles, logicamente com dialetos diferentes e sempre usando o árabe clássico para o Alcorão. Então é lógico que esse idioma vai unificar mais de 23 países árabes e um outro tanto de países islâmicos.”
“Mas até hoje, por exemplo, o Itamaraty e outras escolas de diplomacia pelo mundo fazem questão de colocar o ensino da língua [árabe] e o ensino da cultura, hábitos e costumes [nas suas ementas].”
“Durante as guerras de Gaza e do Líbano, e agora da Síria, o número de amigos meus que buscavam quem pudesse traduzir para eles um vídeo ou alguma coisa que era falada em árabe era muito grande. Por quê? Porque você não acredita no que está sendo veiculado no Ocidente. Você precisa, na verdade, da mídia alternativa para te dar o real da notícia”, afirma.
Qual a raiz da influência da língua árabe no português?
“A gente sempre aprende na escola que o árabe no Brasil, que as palavras de origem da língua portuguesa que tem ‘al’, elas são de origem árabe. Isso realmente procede, mas existem algumas outras palavras que não têm, porque o ‘al’ é o artigo. Então, muitas vezes, as palavras em língua portuguesa não vão ter o ‘al’, mas são de origem árabe”, afirma.
“Quando os árabes chegam à península ibérica, eles não obrigam as pessoas a falarem o árabe. Eles vão chegando, conquistando e ocupando os espaços, sem impor o idioma como uma forma necessária da identidade daquele país, no caso, da península ibérica. Tanto é que o português e o espanhol sobreviveram. Tiveram as influências naturais, mas sobreviveram. Então isso tem muito a ver também com a percepção de como acontecem essas ocupações territoriais, essas ocupações culturais”, afirma.
Fonte: sputniknewsbrasil