Os manifestantes protestavam contra a falta de responsabilização dos envolvidos no desaparecimento de 43 alunos da escola de ensino rural de Ayotzinapa, localizada no estado de Guerrero, caso ocorrido há quase dez anos.
O principal motivo do protesto foi a decisão de um juiz federal, que no dia 9 de maio ordenou a libertação de oito militares acusados de participar do desaparecimento dos estudantes, para responderem o julgamento em liberdade condicional.
Alguns manifestantes com os rostos cobertos ou encapuzados atiraram explosivos que produzem estilhaços quando explodem, deixando alguns policiais gravemente feridos, segundo a mídia local.
“Paramédicos do Esquadrão de Resgate e Emergências Médicas, em sete ambulâncias, atenderam 26 uniformizados que apresentavam ferimentos em diferentes partes do corpo. Vinte e cinco deles precisaram de transferência para um hospital devido à gravidade dos ferimentos, incluindo três comandantes”, informou a Secretaria de Segurança Cidadã da Cidade do México.
Segundo vídeos divulgados nas redes sociais, os manifestantes lançaram pelo menos oito foguetes artesanais contra a fachada do Palácio Nacional, que explodiram com estrondos.
O paradeiro de 40 dos 43 estudantes e os motivos do crime cometido por traficantes de drogas supostamente ligados ao exército ainda são desconhecidos, embora tenham sido atribuídos ao cartel Guerreros Unidos e à polícia a seu serviço.
“Depois de se manifestarem publicamente e atirarem objetos, cercas, fogos de artifício, foguetes e alguns móveis, os manifestantes abandonaram o local”, detalhou a nota da pasta responsável pela segurança pública da megalópole.
Os manifestantes exigiam uma audiência com o presidente mexicano, Andrés Manuel López Obrador, a fim de receber informações sobre a investigação antes que seu mandato de seis anos termine, neste ano.
O protesto começou com uma concentração em frente ao edifício histórico da praça principal da capital do país, conhecida como Zócalo, rodeada pelo Palácio Nacional e pela Catedral Metropolitana da cidade.
No dia 6 de março, centenas de manifestantes arrombaram uma porta lateral do Palácio Nacional para exigir uma audiência com o presidente.
Em quase dez anos do caso, que termina em 27 de setembro deste ano, apenas três jovens foram identificados através de testes genéticos em ossos carbonizados, encontrados perto da cidade de Iguala, Guerrero (sul), onde ocorreram os fatos.
Na noite de 26 de setembro de 2014, estudantes que viajavam em cinco ônibus foram atacados por patrulhas policiais de cinco municípios de Iguala. Os 43 estudantes foram entregues ao grupo criminoso Guerreros Unidos, segundo o Ministério Público mexicano. Nenhum militar relacionado ao caso Ayotzinapa está preso.
De acordo com um estudo realizado pela Procuradoria-Geral mexicana em 2015, quase 26 mil desaparecimentos forçados foram registrados nos últimos dez anos no país.
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Fonte: sputniknewsbrasil