Para Coelho, que ocupava a função de corregedor-eleitoral no Tribunal Regional Eleitoral de Brasília, o presidente do TSE assumiu o cargo com espírito de guerra e não de paz. Na carta enviada nesta segunda-feira, 22, aos colegas, o desembargador diz que se desliga do TRE para ser coerente com o que declarara na semana passada. “Que tenhamos uma eleição de PAZ!”, escreveu na carta.
Em sessão gravada na semana passada, Coelho declarou ter ficado decepcionado com o discurso de posse do presidente do TSE e que vinha há algum tempo descontente com a atuação do Supremo Tribunal Federal (STF). “O que eu vi, ao meu sentir, o eminente ministro Alexandre de Moraes fez uma declaração de guerra ao país. O seu discurso é um discurso que inflama, é um discurso que não agrega, e eu não quero participar disso”, criticou. “O magistrado tem que ter sobriedade. Quando o magistrado fala fora do processo, ele causa desagregação”.
Na terça-feira, 16, Alexandre de Moraes assumiu a presidência do TSE. Numa solenidade com a presença do presidente Jair Bolsonaro, e dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff, Michel Temer e José Sarney, defendeu o processo eletrônico de votação e disse que o País se orgulha de ter um sistema em que é possível votar e já saber o resultado no mesmo dia. O sistema eletrônico de votação tem sido atacado pelo presidente Bolsonaro.