Desafio de lidar com as big techs é tema em painel do BRICS liderado pela chefe da Sputnik Brasil


Na mesa que discutiu o “Desenvolvimento de redes de comunicação independentes para o Sul Global”, a chefe da Sputnik Brasil e da Sputnik Mundo, Daria Yuryeva, destacou o trabalho da agência, que completa 10 anos em 2025.
A jornalista destacou que a Sputnik combina formatos tradicionais e novos, voltados às redes sociais, para atingir um público o mais diversificado possível, sobretudo as parcelas mais jovens, que optam por se informar através das plataformas digitais.
Por outro lado, Yuryeva ressaltou o desafio de lidar com as big techs, que podem acabar bloqueando as mídias que não seguem as linhas editoriais da imprensa mainstream norte-americana.

“Qualquer mídia que é independente e que está ganhando certa popularidade desafia e vai ter esses problemas, esses riscos de poder ser sacada do ar do Facebook e do Instagram [plataformas proibidas na Rússia por extremismo], do TikTok, do YouTube, que são as plataformas que são mais usadas, pelo menos se falamos da América Latina”, pontuou a diretora da Spuntik.

Além disso, o diretor da Telesur, Beto Almeida, ressaltou o papel do canal venezuelano, que, segundo ele, serve para a integração dos povos e faz um tipo de jornalismo que “incomoda aqueles que não querem nenhum tipo de mudança”.
José Reinaldo Carvalho, editor do Brasil 247, ressaltou que há em curso uma “guerra da comunicação” tão desigual quanto as “guerras de destruição em massa”, uma vez que “o poderio para difundir ideias está do lado do imperialismo”.
Nesse sentido, ele ressaltou que esta se trata de uma das principais batalhas do mundo contemporâneo.

A importância da mídia alternativa

Os jornalistas Luan Scliar, Eduardo Vasco e Mário Sousa compuseram a mesa e debateram a importância da mídia alternativa.
Vasco, durante sua fala, expôs uma pesquisa que mede as audiências midiáticas. Nela, as chamadas mídias hegemônicas ocupam os primeiros lugares, mas o nível de confiabilidade vem caindo. Ele ponderou, então, que a mídia alternativa pode capturar essa audiência.
Já Sousa, presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio de Janeiro, defendeu a democratização da mídia; que os canais fora dos grandes conglomerados, que não trabalham pelos interesses do capital, mas em favor de uma informação de qualidade, sejam contemplados; e que haja uma democratização na distribuição dos recursos econômicos.

‘Informação não é mercadoria, é direito’

A jornalista e professora de política internacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) Beatriz Bissio afirmou que, para o BRICS existir, outras ações — como a Conferência de Bandung e a Conferência de Países Não Alinhados, que priorizaram a cooperação Sul-Sul — pavimentaram o caminho.
Agora, segundo a analista, um dos grandes desafios do agrupamento é fomentar a comunicação, a informação e a mídia como estruturas fundamentais para “capturar corações e mentes”.
Conforme pondera, enquanto o mundo for dominado por grandes conglomerados de mídia que fazem parte e defendem o interesse do mercado financeiro, o multilateralismo sofrerá para desenvolver-se, uma vez que o BRICS vem sendo “atacado por uma visão de mundo anacrônica”.

“Sem mídia, sem uma população informada e que entenda a batalha” que o Sul Global enfrenta, “seremos derrotados”, analisa. “Informação não é mercadoria, é direito”, arremata.

‘BRICS surge da clivagem de um mundo em transformação’

Na esteira do que afirmou a professora Beatriz Bissio sobre o movimento do BRICS, o pesquisador do Núcleo de Estudos dos Países BRICS (NuBRICS), da Universidade Federal Fluminense (UFF), Lier Pires Ferreira considera que o BRICS surge como “um movimento de insurgência”.
Segundo o especialista, o BRICS surge como uma oportunidade de “ruptura de um mundo unilateral”.
Logo da emissora Sputnik - Sputnik Brasil
Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!

Siga a Sputnik Brasil e tenha acesso a conteúdos exclusivos no nosso canal no Telegram.

Já que a Sputnik está bloqueada em alguns países, por aqui você consegue baixar o nosso aplicativo para celular (somente para Android).

Fonte: sputniknewsbrasil

Anteriores F1: Após pole, Verstappen rebate comentários: “Lily não me desacelerou”
Próxima Sorriso: Mulher tenta responsabilizar ex-marido por dívida de R$ 50 mil; homem nega envolvimento