A possibilidade de o estado ceder aos municípios prédios de escolas quando houver demanda local por mais salas de aula e o aumento da importação de leite ganharam destaque na sessão de quarta-feira (14) da Assembleia Legislativa.
“O governo vai ceder as estruturas estaduais para os municípios que queiram transformar escolas estaduais em municipais. Blumenau vai adotar o sistema, Luiz Alves, Timbó, Rodeio, Ascurra, Apiúna e Indaial também. Nos próximos dias o governo vai começar o trabalho de comunicação com os prefeitos que desejem encampar escolas estaduais”, anunciou Ivan Naatz (PL).
Carlos Humberto (PL) elogiou a decisão do Executivo e lembrou que os recursos repassados pelo governo federal relativos aos espaços e aos alunos absorvidos serão repassados pelo estado aos municípios.
Por outro lado, Massocco (PL), líder do governo, criticou a expansão da importação do leite dos países do Mercosul e ponderou o estrago que pode causar na cadeia de produção local.
“Verificamos um volume muito alto de importação de leite que o governo Lula fez no primeiro quadrimestre do ano, algo que pode comprometer a cadeia leiteira. Quero trazer dados: em 2022 foram importadas 21 mi de toneladas de leite; em 2023 mais de 69 mi de toneladas, aumento de 300% na proporção do ano passado para este ano, com sério risco de sobrar leite na prateleira, levando prejuízo à cadeia”, declarou Massocco.
O deputado sugeriu encontrar um ponto de equilíbrio e cobrou ações da bancada federal em Brasília.
“Até pode ser importado, mas se tiver necessidade, porque lá na ponta os preços não caem”, advertiu o ex-prefeito de Concórdia.
Escolas em reformas
Marquito (Psol) pediu a atenção da Secretaria de Estado da Educação (SED) para a situação da EEB Julio da Costa Neves, na Costeira do Pirajubaé, e EEB Getúlio Vargas, no Saco dos Limões, ambas em Florianópolis.
Ocorre que a primeira está parcialmente interditada e a segunda, que abriga parte dos alunos da primeira, se encontra em obras.
“É barulho de máquinas, rádios, conversas dos trabalhadores e que limita o convívio dentro da comunidade escolar”, argumentou Marquito, que defendeu o retorno de parte dos alunos para a EEB Julio da Costa Neves, principalmente o Ensino Médio noturno.
Três assuntos
Matheus Cadorin (Novo) noticiou o envio à Secretaria de Estado de Saúde (SES) de pedido de informação questionando os motivos dos atrasos nos pagamentos de fornecedores e prestadores de serviços, assim como as medidas adotadas para sanar os problemas.
O deputado também questionou a Secretaria de Segurança sobre sugestão que apresentou de implantação de uma delegacia de crimes cibernéticos em Joinville, ainda não respondida.
E, por último, Cadorin ressaltou o fato de que pesquisa sobre educação constatou que Santa Catarina é a única unidade da federação cujos estudantes ao final do segundo ano do fundamental são considerados alfabetizados.
Conversa com prefeitos
Carlos Humberto (PL) informou que o governador Jorginho Melo está visitando as associações de municípios e conversando separadamente com todos os prefeitos da região. De acordo com o representante de Balneário Camboriú, o governo está anunciando a liberação das obras paradas.
“Quase tudo liberado, não está ficando nada para trás, exceto os convênios cancelados pelo governador anterior no final do ano passado”, descreveu Humberto.
Maurício Eskudlark (PL) confirmou o contato com os prefeitos e criticou a gestão passada.
“No último ano deu R$ 1,3 bi de ordem de serviço, mas pagou só R$ 8 mi e que era para fiscalização de obra, aí no dia 28 de dezembro cancelou R$ 890 mi do que tinha dado”.
Cedup de Abdon Batista
Lucas Neves (Podemos) reivindicou da Secretaria de Estado da Educação (SED) a abertura, em 2024, de mais um turma de técnico em agropecuária no Cedup Ernesto Antonio Debastiani, de Abdon Batista, no Meio Oeste.
“Mesmo com fila de espera, a SED negou a abertura de uma nova turma, que a Secretaria revise a decisão e permita que possamos abrir a partir de 2024 mais uma turma no curso técnico agropecuário”, apelou o representante da Serra.
Pesquisa indignante
Luciane Carminatti (PT) repercutiu uma pesquisa realizada pela ONU sobre o respeito à mulher no planeta e avaliou os números como indignantes. Segundo a pesquisa feita em 80 países, quase 90% da população global, sem importar o sexo, tem algum tipo de preconceito contra mulheres.
“Quase nove de cada 10 pessoas têm algum tipo de preconceito contra mulheres e uma em cada quatro aceita o fato de um homem bater em uma mulher. Dá para acreditar nisso? É assustador”, constatou Carminatti.
No Brasil, de cada 10 pessoas, oito admitem algum tipo de preconceito contra as mulheres, preconceitos relacionados à violência e ao direito de decisão da mulher de ter filhos ou não.
“De cada 10 pessoas no Brasil, quatro acreditam que mulheres na política não atuam tão bem quanto os homens. É por isso que tem tão poucas mulheres aqui, é por isso que é tão difícil a mulher chegar no espaço da política”, concluiu Carminatti, que reconheceu o tamanho dos desafios impostos pelo problema cultural nas relações entre os sexos.
AGÊNCIA AL
Fonte: alesc.sc.gov