Agora os deputados terão de votar cada um dos cerca de 380 artigos da proposta, a partir da próxima terça-feira (5), e o texto então seguirá para o Senado.
A Lei de Bases e Pontos de Partida para a Liberdade dos Argentinos tinha originalmente 664 artigos, com diversas propostas de reformas para garantir “superpoderes” ao presidente Javier Milei, pelo menos até dezembro de 2025.
Na prática, ele teria autonomia para governar por decreto, autorizar a venda de empresas estatais, contrair dívida externa sem aval parlamentar, entre outros poderes. Após várias negociações, o número de artigos caiu quase pela metade.
Mais cedo uma nova manifestação contra o pacote lotou as ruas em frente ao Congresso do país, em Buenos Aires, no terceiro dia de protestos, em que houve repressão policial e dezenas pessoas ficaram feridas, por balas de borracha, golpes ou gás lacrimogêneo, dentre elas 35 jornalistas.
O governo argentino defendeu a atuação das forças federais, que reprimiram também com gás de pimenta e jatos d’água os manifestantes que protestavam nas proximidades do Congresso.
Uma pesquisa de opinião política divulgada nesta semana apontou que mais da metade dos cidadãos argentinos creem que o país está indo na direção errada desde que Milei assumiu o governo, em dezembro. A pesquisa revela que 52,8% dos argentinos entrevistados desaprovam totalmente o atual governo, que desde o início tem procurado implementar políticas de desregulamentação econômica e privatização, o que gerou mobilizações populares e sindicais em diferentes partes do país sul-americano.
Fonte: sputniknewsbrasil