Desde 2020 a produção de arábica de Honduras não é a mesma. O país, que é um dos principais fornecedores de café de qualidade da ICE, também enfrentou problemas climáticos, quebras sequenciais na produção e uma crise migratória da população que impactaram diretamente o setor. Os preços atuais na Bolsa de Nova York (ICE Fature US), no entanto, trazem ao país da América Central a expectativa de certa recuperação na produção.
De acordo com informações publicadas pelo La Prensa – imprensa local, Honduras está colocando em prática o plano de recuperação das áreas de café. Uma parceria entre o Instituto Hondurenho de Café (Ihcafe) e o Ministério da Agricultura e Pecuária, a estratégia tem o foco de renovação sem comprometer as áreas que estão em produção. O investimento inicial é de 80 milhões de lempiras hondurenha, o que é equivalente a mais de R$ 16 milhões.
Para isso, foram distribuídas 20 toneladas de sementes nos principais municípios produtores. O volume é correspondente a 20 milhões de pés de cafés, que devem produzir aproximadamente 300 mil sacas de café em três anos.
“Com essa estratégia, temos a certeza que teremos conseguido renovas as áreas agrícolas e em quatros anos recuperar o nosso nível de produção de café”, disse Carlos Murillo, vice-presidente do Ministério da Agrícultura e Pecuária ao jornal La Prensa.
É importante ressaltar que o produtor de Honduras sentiu de forma severa o efeito do La Niña e o excesso de água nos últimos três anos. Para renovação, o país aposta em variedades resistentes e altamente produtivas. Além disso, outras estratégias para facilitar o acesso ao crédito e subsídios para compra de fertilizantes também estão sendo estudadas pelo país.
“Com essas medidas, o governo procura promover a recuperação de uma das indústrias mais importantes do país e gerar um impacto positivo na economia nacional”, afirma.
IMPACTO NO MERCADO
Honduras tem a capacidade para produzir até 6 milhões de sacas. E apesar do investimento chamar atenção, o mercado deve demorar para reagir, já que a expectativa da primeira safra com colheita dessas áreas é para, pelo menos, daqui três anos.
De acordo com Haroldo Bonfá, no entanto, o produtor brasileiro precisa estar atento e também aproveitar os bons momentos para garantir o investimento em tecnologia.
“Ainda tem bastante tempo pela frente, mas é importante que se tenha em mente que muita gente vai entrar no mercado com os preços nesses níveis. O Brasil também precisa aproveitar para ficar ainda mais tecnificado e garantir esse espaço”, afirma.
Honduras sempre foi o principal fornecedor de cafés na ICE, conquistou esse espaço por ser mais barato que o da Colômbia e atender bem a demanda por cafés de qualidade. Mas, desde que a crise climática passou a atingir as principais origens, o país reveza o posto de principal forncedor com o Brasil.
Segundo dados levantados pela Pharos Consultoria, atualmente o Brasil corresponde pelo maior volume de cafés na ICE, representando 50,85% do total. Honduras representa 45,43% e na sequência aparece o Peru com 12,47% do total.
Fonte: noticiasagricolas