De acordo com o New York Times, a compra de urânio enriquecido é um dos fluxos de dinheiro remanescentes mais significativos dos Estados Unidos para a Rússia, mesmo diante de todas sanções encabeçadas por Washington contra Moscou. Os pagamentos por urânio enriquecido são feitos para subsidiárias da Rosatom, a agência nuclear da Rússia.
A dependência dos EUA da energia nuclear está prestes a crescer ainda mais à medida que o país pretende diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Entretanto, nenhuma empresa norte-americana enriquece urânio, ao contrário da Rússia que detém cerca de metade do mercado global.
Os Estados Unidos e quase toda a União Europa (UE) reduziram drasticamente as compras de combustíveis fósseis russos como resposta unilateral à operação militar especial russa na Ucrânia. Ao eliminar grande parte das importações energéticas de Moscou, Washington conseguir escoar sua produção de gás de xisto para o bloco europeu — praticado a um valor superior ao gás russo — porém dificilmente conseguiria montar uma cadeia de fornecimento de urânio enriquecido pelo tamanho de sua complexidade. De acordo com a matéria, requereria um esforço de investimento significativo do governo ao longo de anos.
Aproximadamente 12 países ao redor do mundo dependem da produção russa para obter cerca de metade do urânio enriquecido usado para a geração de energia. No caso dos EUA, por exemplo, um terço do urânio enriquecido usado é importado da Rússia, que é o produtor mais barato do mundo.
De acordo com a matéria, a empresa que opera a fábrica de Ohio — quase vazia há mais de um ano após o início da operação militar especial russa na Ucrânia — diz que pode levar mais de uma década para produzir quantidades que rivalizem com a Rosatom.
O governo dos EUA tem mostrado pouca vivacidade em iniciar o enriquecimento interno de urânio. Segundo a apuração da mídia, bilhões de dólares em potencial financiamento federal permanecem presos em processos burocráticos.
Atualmente, a Rosatom também é responsável pelo controle da usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, uma iniciativa que visa garantir seu funcionamento e minimizar ao máximo o risco de acidentes nucleares ou ainda, evitar que a usina seja utilizada como uma arma por extremistas.
Fonte: sputniknewsbrasil