Dependência americana de urânio enriquecido barato da Rússia se torna dilema geopolítico, diz mídia


De acordo com o New York Times, a compra de urânio enriquecido é um dos fluxos de dinheiro remanescentes mais significativos dos Estados Unidos para a Rússia, mesmo diante de todas sanções encabeçadas por Washington contra Moscou. Os pagamentos por urânio enriquecido são feitos para subsidiárias da Rosatom, a agência nuclear da Rússia.
A dependência dos EUA da energia nuclear está prestes a crescer ainda mais à medida que o país pretende diminuir a dependência de combustíveis fósseis. Entretanto, nenhuma empresa norte-americana enriquece urânio, ao contrário da Rússia que detém cerca de metade do mercado global.
Os Estados Unidos e quase toda a União Europa (UE) reduziram drasticamente as compras de combustíveis fósseis russos como resposta unilateral à operação militar especial russa na Ucrânia. Ao eliminar grande parte das importações energéticas de Moscou, Washington conseguir escoar sua produção de gás de xisto para o bloco europeu — praticado a um valor superior ao gás russo — porém dificilmente conseguiria montar uma cadeia de fornecimento de urânio enriquecido pelo tamanho de sua complexidade. De acordo com a matéria, requereria um esforço de investimento significativo do governo ao longo de anos.
Peter Szijjarto, ministro das Relações Exteriores da Hungria - Sputnik Brasil, 1920, 15.06.2023

Aproximadamente 12 países ao redor do mundo dependem da produção russa para obter cerca de metade do urânio enriquecido usado para a geração de energia. No caso dos EUA, por exemplo, um terço do urânio enriquecido usado é importado da Rússia, que é o produtor mais barato do mundo.
De acordo com a matéria, a empresa que opera a fábrica de Ohio — quase vazia há mais de um ano após o início da operação militar especial russa na Ucrânia — diz que pode levar mais de uma década para produzir quantidades que rivalizem com a Rosatom.
O governo dos EUA tem mostrado pouca vivacidade em iniciar o enriquecimento interno de urânio. Segundo a apuração da mídia, bilhões de dólares em potencial financiamento federal permanecem presos em processos burocráticos.
Atualmente, a Rosatom também é responsável pelo controle da usina nuclear de Zaporozhie, a maior da Europa, uma iniciativa que visa garantir seu funcionamento e minimizar ao máximo o risco de acidentes nucleares ou ainda, evitar que a usina seja utilizada como uma arma por extremistas.

Fonte: sputniknewsbrasil

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