Delator revela possível infiltração de milicianos no PSOL para monitorar Marielle Franco


Na sua delação, Ronnie Lessa mencionou que o indivíduo Laerte Silva de Lima, supostamente filiado ao PSOL em 2016 com a finalidade de monitorar Marielle Franco, pode ter fornecido informações imprecisas ou exageradas, potencialmente influenciando mal as percepções dos irmãos Brazão sobre as atividades políticas da parlamentar.

Segundo o relatório da Polícia Federal, essa possibilidade foi considerada, levando em conta que a criação dessa animosidade poderia explicar reações incomuns, como a postura agressiva de Chiquinho Brazão em relação a um assessor de Marielle após a vereadora se opor a um projeto de lei proposto por ele na Câmara do Rio.

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O referido projeto, de maio de 2017, tratava da flexibilização de regras de regularização fundiária na Zona Oeste, com um foco específico em áreas de interesse da família Brazão. Na ocasião, toda a bancada do PSOL e dois vereadores de outros partidos votaram contra o projeto.

O assessor de Marielle relatou à polícia que após a votação, Chiquinho Brazão demonstrou uma irritação fora do comum, cobrando apoios que alegadamente já havia dado à Marielle em outros projetos.

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Durante o depoimento à PF, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), Lessa afirmou que os irmãos Brazão infiltraram Laerte e sua esposa, Erileide Barbosa da Rocha, no PSOL com a missão de monitorar os passos da vereadora.

Segundo Lessa, Laerte tinha uma ligação direta com o deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido) e o conselheiro do Tribunal de Contas Domingos Brazão (MDB), mas não explicou os possíveis benefícios que Laerte e Erileide teriam com o monitoramento da vereadora.

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Laerte e Erileide se filiaram ao PSOL cerca de vinte dias após o segundo turno das eleições de 2016. Erileide, presa por envolvimento com a quadrilha, também foi infiltrada no partido para ajudar a coletar informações sobre a vereadora. Ela chegou ao PSOL um ano antes da morte de Marielle, segundo a PF.

As investigações concluíram que a entrada de Laerte no PSOL tinha um propósito mais amplo, visando monitorar possíveis represálias aos interesses da milícia por parte de parlamentares do partido. No entanto, até o momento das investigações, essas intenções não se materializaram.

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Em 2020, após surgirem informações sobre o envolvimento de Laerte com a milícia, ele e sua esposa foram expulsos do PSOL, seguindo os procedimentos estatutários do partido.

Ronnie Lessa mencionou em seu depoimento à Polícia Federal que recebeu uma ligação de Edimilson da Silva, conhecido como Macalé, que supostamente colaborou no planejamento do crime. Macalé teria ligado para o celular de Laerte para confirmar se Marielle estaria em determinado local no Centro do Rio, mas quem atendeu foi Ronald Paulo Alves Pereira, conhecido como Major Ronald, um dos alvos do Ministério Público na Operação Intocáveis e posteriormente preso.

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Segundo Lessa, Ronald e Laerte forneceram diversas informações sobre os movimentos de Marielle naquele dia. Durante as investigações, descobriu-se que Ronald esteve no mesmo endereço que Marielle em uma data anterior e que a antena do telefone de Ronald estava em um ponto próximo ao local onde Marielle e seu motorista foram mortos.

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Fonte: gazetabrasil

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