Entre nos nossos canais do Telegram e WhatsApp para notícias em primeira mão.Telegram: [link do Telegram]
WhatsApp: [link do WhatsApp]
O rapper e empresário Sean “Diddy” Combs permanecerá preso enquanto aguarda sua sentença na Corte Federal de Manhattan, nos Estados Unidos. A decisão foi tomada pelo juiz Arun Subramanian, que negou a liberdade sob fiança ao artista, argumentando que ele representa risco à comunidade e às vítimas do caso.
Combs foi condenado por dois crimes de transporte com intenção de participação em prostituição. O veredicto foi anunciado após oito semanas de julgamento, que terminou com uma decisão mista: o júri o absolveu das acusações mais graves — como tráfico sexual e conspiração para organização criminosa —, mas o considerou culpado por dois delitos que, somados, podem levar a uma pena de até 20 anos de prisão, caso o juiz opte por punições consecutivas.
A defesa, liderada pelo advogado Marc Agnifilo, havia solicitado a liberação imediata de Combs, oferecendo uma fiança de US$ 1 milhão. O pedido foi acompanhado de uma carta de apoio assinada pela mãe do rapper, sua irmã e a mãe de sua filha mais velha. As condições propostas incluíam a entrega do passaporte, restrição de viagens a três estados (Flórida, Califórnia e Nova York) e testes regulares de drogas.
Agnifilo alegou que Combs “não foi condenado por um crime violento” e que deveria voltar para casa para cuidar de seus filhos pequenos e da mãe, de 85 anos. “Seria injusto mantê-lo detido nem mesmo por mais um dia”, escreveu o advogado, destacando que, de acordo com as diretrizes de sentenças para esse tipo de crime, o artista poderia cumprir a pena em regime de menor segurança.
No entanto, a Promotoria argumentou que a detenção é obrigatória diante da gravidade dos delitos e que Combs não demonstrou não representar risco de fuga ou ameaça a terceiros. O juiz Subramanian acatou os argumentos da acusação e determinou que o músico permaneça em prisão preventiva até a audiência de sentença, marcada para 3 de outubro, às 10h (horário local).
A decisão judicial também considerou uma carta enviada por Douglas Wigdor, advogado da cantora Cassie Ventura, principal testemunha do Ministério Público e ex-parceira de Combs. Segundo o documento, Ventura teme pela própria segurança caso o réu seja libertado. “A senhora Ventura acredita que o senhor Combs representa um perigo para as vítimas que testemunharam neste caso, incluindo ela mesma, assim como para a comunidade”, escreveu o advogado.
Durante o julgamento, Cassie — grávida de oito meses — prestou depoimento por quatro dias. Ela relatou episódios de abuso físico, psicológico e sexual, além de ter sido obrigada a participar de encontros com acompanhantes masculinos, supostamente organizados por Combs nos chamados “freak offs”.
Após o veredicto, Wigdor elogiou a coragem de sua cliente: “Ao compartilhar sua experiência, Cassie deixou uma marca profunda na indústria do entretenimento e na luta por justiça”.
Apesar de não ter sido condenado à prisão perpétua, Combs pode pegar até 20 anos de reclusão — dez por cada um dos dois crimes. Caberá ao juiz decidir se as penas serão cumpridas de forma simultânea ou consecutiva. Segundo o Independent, um oficial de condicional irá elaborar um relatório com os antecedentes do réu, detalhes do caso e depoimentos das vítimas antes da audiência.
Na sessão de outubro, defesa e acusação poderão apresentar argumentos sobre a pena, e o próprio Sean Combs terá a oportunidade de se pronunciar, caso deseje expressar arrependimento ou dar contexto pessoal.
A sentença pode incluir prisão, liberdade condicional, multas ou compensações financeiras. A defesa ainda poderá recorrer da condenação. Enquanto isso, Combs seguirá detido e ainda enfrenta diversas ações civis por suposto comportamento sexual inadequado, acusações que ele nega.
Fonte: gazetabrasil