Defesa jurídica assegura recuperação judicial ao Grupo Martins e suspensão de R$ 58 mi em dívidas rurais


gigante agro entra recuperacao judicial acumular 58 milhoes dividas

Via
@comprerural
| O Grupo Martins, tradicional no setor agropecuário e com atuação voltada à
produção de soja em Marcelândia, no norte do Mato Grosso, entrou oficialmente em
recuperação judicial após acumular uma dívida superior a
R$ 58,7 milhões. A decisão foi assinada pela juíza
Giovana Pasqual de Mello, da 4ª Vara Cível de Sinop, e publicada
no Diário da Justiça Eletrônico no dia 4 de abril.

O deferimento do processamento da recuperação judicial também reflete a
seriedade e a lisura com que o Grupo Martins sempre conduziu suas
atividades. Trata-se de um grupo com histórico de adimplência e conduta
transparente, o que foi reconhecido no laudo da perícia prévia e validado pelo
juízo. Além disso, o êxito na obtenção da medida decorre do
trabalho técnico altamente qualificado desenvolvido pela equipe jurídica,
que reuniu e demonstrou de forma precisa todos os requisitos legais exigidos
para o deferimento. A atuação estratégica da defesa foi determinante para
comprovar a regularidade da atividade econômica, a inexistência de fraudes e a
viabilidade da recuperação do grupo.

O elevado número de pedidos
de recuperação judicial no agronegócio brasileiro tem sido impulsionado por uma
combinação de fatores que colocam pressão crescente sobre a saúde financeira das
empresas do setor.
Entre os principais motivos estão a volatilidade nos preços das commodities,
o aumento dos custos com insumos, os impactos das mudanças climáticas nas
safras e a elevação das taxas de juros, que encarecem o crédito rural
.

Problemas logísticos, restrições de acesso ao financiamento e
instabilidades no mercado internacional, como conflitos geopolíticos, também
contribuem para o cenário de incertezas.

Em muitos casos, mesmo produtores com boa capacidade operacional enfrentam
desequilíbrios de caixa que os levam a buscar proteção legal para evitar a
falência e tentar reestruturar suas dívidas.

Nesse caso, segundo os representantes da empresa, uma sequência de fatores
adversos levou ao colapso financeiro do grupo familiar. Entre os principais
pontos apontados estão:

  • Oscilações severas nos preços das commodities agrícolas, como a
    soja; 
  • Aumento expressivo dos custos de produção, especialmente de
    insumos; 
  • Quebras de safra causadas por eventos climáticos extremos
  • Efeitos da pandemia da COVID-19 sobre a economia global e o
    consumo; 
  • Elevação da taxa Selic e outros impactos macroeconômicos; 
  • Conflitos geopolíticos internacionais que afetaram o mercado
    global. 

Apesar dos esforços administrativos para manter o equilíbrio financeiro — como
venda de ativos, corte de despesas e modernização da produção — os
sócios afirmam que não conseguiram evitar o agravamento da situação. 

Recuperação aprovada pela Justiça 

Com o deferimento da recuperação judicial, ficam
suspensas por 180 dias todas as ações e execuções contra a empresa,
conforme previsto na legislação. O grupo tem agora o
prazo improrrogável de 60 dias para apresentar o plano de recuperação,
sob risco de ter o processo convertido em falência.

Durante esse período, os credores devem se manifestar em até 15 dias,
apresentando habilitações ou eventuais divergências sobre os valores
devidos. 

Caminho para reestruturação do Grupo Martins 

A recuperação judicial, prevista na Lei nº 11.101/2005, é uma ferramenta legal
para que empresas em dificuldades possam
negociar com credores e tentar manter suas operações, evitando a
falência e a interrupção das atividades econômicas. 

O caso da recuperação judicial do Grupo Martins reflete um cenário cada vez
mais frequente no setor, onde produtores médios e grandes enfrentam pressões
econômicas tanto internas quanto externas. A situação também acende o alerta
para a
necessidade de políticas de mitigação de riscos climáticos, financeiros e
comerciais no agronegócio.
 

Com o pedido aceito, o grupo agora busca reorganizar suas finanças, renegociar
dívidas e garantir a continuidade das atividades no campo, que é o principal
motor de sua receita.

Fonte: @comprerural

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