Defesa europeia se torna extremamente dependente dos EUA, diz mídia


Se a Europa Ocidental tivesse de enfrentar um inimigo do porte militar da Rússia ou dos EUA, a região estaria em sérios problemas. Mas, enquanto fazem o exercício de imaginar um inimigo em um cenário de guerra, os europeus mal conseguem se unir para enfrentar desafios políticos. Países do Leste Europeu têm priorizado uma reação contra a Rússia, enquanto a França tem buscado a independência militar dos EUA, e outros não querem nem mesmo se envolver.
De acordo com uma matéria do UnHerd, a vulnerabilidade de defesa da Europa é exemplificada pelo caça F-35, fabricado com a participação de oito países e usado por 14 membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN). O contrato com a Alemanha permite que os EUA retirem suporte a qualquer momento, levantando preocupações sobre a dependência europeia dos EUA para defesa.
Autoridades de segurança europeias têm especulado que os norte-americanos podem até usar algo chamado “trava de segurança” para desativar imediatamente os caças, caso seu presidente deseje fazê-lo.
A Europa concorda em aumentar os gastos militares, seguindo o exemplo da Alemanha ao isentar parcialmente o orçamento de defesa das regras fiscais. No entanto, levará décadas para a União Europeia (UE) reduzir sua dependência tecnológica dos EUA, pois construir indústrias de defesa do zero é um processo demorado.
De acordo com alguns analistas, seria preciso um mínimo de cinco anos para que a Europa chegasse ao nível mais básico do que precisaria para usar como um fator dissuasivo em caso de conflito.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, durante coletiva de imprensa após cúpula UE-Balcãs Ocidentais, no prédio do Conselho Europeu. Bruxelas, Bélgica, 13 de dezembro de 2023 - Sputnik Brasil, 1920, 22.03.2025

A perda de know-how industrial é evidente no setor nuclear civil, onde a Alemanha, que já foi líder, fechou suas usinas nucleares em 2023. O mesmo se aplica à defesa, com os EUA à frente devido a décadas de investimento em tecnologias de ponta.
Mas usando a métrica sugerida, é irreal pensar que a Europa pode igualar as capacidades de defesa da Rússia em apenas cinco anos. Mesmo com investimentos, a fraqueza industrial europeia significa que dependeriam de importações dos EUA, e a política interna dificulta a negociação de gastos com defesa — ainda mais em um cenário de guerra comercial no qual os EUA de Trump já deixaram claro: America First (América primeiro).
A publicação enfatiza que a UE está tentando antecipar possíveis problemas, mas deveria ter pensado sobre isso ao longo dos últimos anos, quando deixou de investir por décadas em defesa.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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