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David Gilmour, lendário guitarrista e vocalista do Pink Floyd, abordou recentemente um dos mitos mais curiosos e populares sobre a banda: a teoria de que o icônico álbum The Dark Side of the Moon foi criado para sincronizar perfeitamente com o clássico filme de 1939, O Mágico de Oz.
Em uma entrevista recente no The Tonight Show Starring Jimmy Fallon, o músico comentou sobre essa crença — conhecida entre os fãs como Dark Side of the Rainbow — que sugere que, se o álbum for reproduzido ao mesmo tempo em que começa o rugido do leão da MGM, várias coincidências surgem, com a música acompanhando as cenas do filme de forma aparentemente intencional.
Durante sua participação no programa em 7 de novembro, o apresentador Jimmy Fallon perguntou a Gilmour se havia algum fundo de verdade nessa teoria. Em tom de brincadeira, o compositor britânico respondeu: “Claro que sim”. No entanto, Gilmour esclareceu que a banda nunca teve a intenção de criar qualquer relação específica entre o álbum e o filme. “Escutamos isso, Polly [Samson, sua esposa] e eu, há anos. Alguém disse que, se você colocasse a agulha no terceiro rugido do leão da MGM e começasse a tocar Dark Side, essas estranhas sincronizações aconteciam”, revelou. “São coincidências curiosas.”
De acordo com a Far Out Magazine, o mito do Dark Side of the Rainbow surgiu em 1995, quando o jornalista Charles Savage publicou um artigo no Fort Wayne Journal Gazette descrevendo coincidências incomuns entre o disco e o filme.
Por exemplo, no momento em que Dorothy começa a correr no filme, a frase “no one told you where to run” de “Time” toca no álbum. Além disso, a linha “home, home again” em “Breathe” coincide com o conselho da adivinha para que Dorothy volte ao Kansas. Outro exemplo é que o instrumental “The Great Gig in the Sky” começa exatamente quando o tornado atinge o mundo de Dorothy, e a transição do preto e branco para o colorido em O Mágico de Oz acontece no ritmo de “Money”, outro tema emblemático de The Dark Side of the Moon.
Embora Gilmour tenha admitido que tentou a sincronização uma vez com sua esposa, ele afirma que tudo não passa de coincidências não planejadas. De fato, outras figuras próximas à banda também negaram a teoria.
Alan Parsons, engenheiro de som do álbum, rejeitou a possibilidade de que os músicos tivessem sincronizado o trabalho com o filme, comentando: “Simplesmente não havia os mecanismos para isso, não tínhamos como reproduzir videocassetes no estúdio. O VHS existia em 1972?”. Nick Mason, baterista do Pink Floyd, também classificou a teoria como “um completo disparate”.
Além de abordar o tema do Dark Side of the Rainbow, Gilmour aproveitou sua aparição no programa de Fallon para interpretar “Dark and Velvet Nights”, uma música de seu mais recente projeto solo, Luck and Strange, lançado em setembro deste ano.
Nesta semana, Gilmour também falou sobre outro projeto controverso do Pink Floyd: The Endless River, o último álbum de estúdio da banda, lançado em 2014.
Segundo o guitarrista em uma entrevista recente ao Los Angeles Times, ele nunca quis que The Endless River fosse um álbum formal do Pink Floyd e admitiu que se sentiu “pressionado” a lançá-lo.
A maior parte do material desse álbum foi gravada durante as sessões de The Division Bell, em 1994, e consistia principalmente em peças instrumentais ambientais. “Quando fizemos aquele álbum, nosso engenheiro, Andy Jackson, montou algo chamado The Big Spliff — uma coleção de fragmentos e improvisações das sessões de 1994 que acabaram em gravações piratas. Muitos fãs queriam esse material, e pensamos em oferecê-lo a eles. Meu erro, suponho, foi ceder à pressão da gravadora para lançá-lo como um álbum oficial do Pink Floyd”, revelou Gilmour ao jornal americano.
Fonte: gazetabrasil